Encomendas aumentam até 50%

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Fábricas de calçados ampliam as linhas de produção para atender alta na demanda .


 
As empresas do polo calçadista de Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas Gerais, já começaram a sentir os reflexos da retomada da economia no Estado, segundo representantes do setor ouvidos pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. As encomendas recebidas na primeira quinzema deste mês foram até 50% maiores do que as registradas no mesmo período do ano passado. Para atender a alta na demanda, os fabricantes estão ampliando as linhas de produção e investindo em novos nichos de mercado. A previsão para 2010 é de que haja incremento de até 15% nos negócios frente a 2009.

 

De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria do Calçado de Nova Serrana (Sindinova), Ramon Alves Amaral, somente nas primeiras semanas de março foi possível perceber um incremento de 50% nas encomendas recebidas pelas empresas do polo na comparação com igual mês de 2009. Segundo ele, um dos fatores que ajudaram a alavancar as vendas do período foi a realização da 6ª edição da "Nova Serrana Feira e Moda", que recebeu 2 mil pessoas além do esperado.

 

"Esta foi a melhor feira da história. Tivemos a presença de todos os estados brasileiros e recebemos mais de 8 mil pessoas nos três dias do evento", contabilizou. Conforme o presidente, a estimativa era de que um total de R$ 20 milhões fossem comercilizados na feira. No entanto, os dados já mostram que os negócios ultrapassaram os R$ 30 milhões.

 

Ainda conforme Amaral, as vendas seguem aquecidas desde o final do ano passado. Para se ter uma ideia, no primeiro bimestre deste ano houve um incremento de 30% nos negócios das empresas de Nova Serrana na comparação com a mesma época do ano passado. " preciso lembrar que naquele período estávamos no auge da crise econômica e muitas fábricas se encontravam com as atividades paralisadas. Hoje a situação é bem diferente", destacou.

 

Outro fator que favoreceu as indústrias calçadistas da região foi a medida antidumping aprovada pela Câmara do Comércio Exterior (Camex), que acatou a solicitação da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), para que a importação de sapatos chineses tenham alíquota de US$ 12,47, além dos tributos já existentes. Na avaliação do presidente do Sindinova, assim que a medida passou a vigorar, as indústrias de Nova Serrana começaram a sentir os reflexos positivos.

 

Otimismo -Para 2010, Amaral prevê um incremento nas vendas de até 15% sobre o registrado no exercício anterior. Conforme ele, a estimativa apoia-se no crescimento da economia do país e na realização da Copa do Mundo da África. "Dependendo do aquecimento do mercado, é possível que o polo apresente incremento ainda maior do que o esperado", apostou. Atualmente, a média de produção da região é de 410 mil pares de calçados por dia.

 

Na Randall Indústria e Comércio Ltda, por exemplo, as encomendas nas primeiras semanas de março registraram incremento de 5% frente igual período de 2009. Já o primeiro bimestre seguiu, praticamente, com os mesmos patamares do exercício passado. Com isso, segundo o proprietário da empresa, Pedro Gomes da Silva, a estimativa é de um crescimento de pelo menos 10% no acumulado do ano em relação a 2009.

 

"As encomendas começaram a aumentar ainda no final do ano passado. Assim, já esperávamos um aquecimento nos negócios. Estamos percebendo um aumento na demanda, mas não há nenhum boom no setor. Podemos considerar que o mercado está se acomodando e voltando aos patamares do período pré-crise", afirmou.

 

A Randall produz cerca de 7 mil pares de sandálias e chuteiras por dia. Conforme Silva, a meta é que até o final deste exercício este número salte para 8,5 mil. "Para isto, estamos trabalhando com uma dinâmica mais forte junto aos nossos representantes. Além disso, estamos investindo na divulgação dos produtos e na captação de novos clientes", disse.

 

Aproximadamente 16% do que é produzido pela empresa são destinados ao mercado externo e países como Estados Unidos, Itália, Venezuela, Paraguai, Uruguai e Argentina são os principais importadores dos produtos da Randall. Já em relação ao mercado interno, 6% do que é produzido pela fábrica ficam em Minas Gerais, enquanto o Estado de São Paulo e a região Nordeste do país demandam, juntos, cerca de 75% da produção.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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