Uma loja dentro da loja

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Conceito store in store chega à capital, fazendo com que o mesmo espaço seja dividido por duas marcas. As principais vantagens são sinergias e forte redução de custos fixos
Paula Takahashi
 

 

Espaços de sobra e muitas vezes ociosos estão se transformando em novas oportunidades de negócio para lojas de Belo Horizonte que querem otimizar os lucros. Agora já é possível comer um sanduíche ou um temaki, o famoso cone japonês, e ter à mão uma sobremesa, ir ao salão de beleza e sair com uma sacola de roupas ou programar o jantar em uma pizzaria – e ter a opção de pedir um macarrão. O conceito de store in store, a loja dentro da loja, está ganhando o comércio da capital como alternativa para redução dos custos e retorno rápido dos investimentos.

 

Foi apostando nesse modelo de negócio, muito comum em supermercados e postos de gasolina, que a franquia carioca de iogurtes Yoggi desembarcou no último mês em Belo Horizonte em endereço já ocupado pela temakeria Koni Store desde 2008. “Tínhamos uma loja muito grande para o padrão de temakeria e resolvemos otimizar um espaço que estava ocioso. O resultado é uma redução de custos de 18% com aluguel, marketing, contas de água, luz e até telefone. Abrir um negócio no estilo loja dentro da loja fica cerca de 30% mais barato do que separado”, afirma Henrique Diniz Almeida, um dos sócios-proprietários da empresa. A recuperação dos investimentos, reduzidos em cerca de 30%, passou de mais de dois anos para menos de 12 meses. “Além disso, o iogurte trouxe um novo público e acabou se refletindo no movimento do Koni que teve crescimento de 12%”, avalia.

 

A chegada do Spoleto também foi responsável pela alavancagem nas vendas da pizzaria Domino’s, que desde 2002 ocupava sozinha uma área de 300 metros quadrados e tinha à disposição um salão de 60 lugares, mesmo tendo como foco a entrega de pizzas em domicílio. Para o empresário Orestes Miraglia, proprietário das franquias das marcas Spoleto e Domino’s, colocar as duas no mesmo espaço em 2005 foi o grande pulo do gato para o negócio. Apesar de à primeira vista parecerem concorrentes, ele garante que existe uma sinergia entre as lojas. “Foi uma ótima sacada, porque 70% do movimento do Spoleto está no almoço, enquanto no caso da pizzaria acontece exatamente o contrário, o maior público vem à noite. Além disso, acabamos oferecendo pizza, massa, carne e salada – uma diversidade maior de produtos que acaba agradando todo mundo”, afirma.

 


A infraestrutura é toda compartilhada, desde a entrada no restaurante até os custos fixos da loja, como a câmara fria, que hoje tem custo de cerca de R$ 30 mil, além dos próprios funcionários. “Alguns empregados são contratados para trabalhar nas duas lojas, então, se falta alguém na Domino’s um funcionários do Spoleto vem e dá uma força. Com essa sinergia, os custos são 15% menores”, avalia Orestes.

 

A economia de compartilhar duas lojas no mesmo espaço já começa na instalação. “Não foi necessária outra cozinha, mobiliário ou decoração. Como foi apenas uma obra e uma reforma da casa em que a loja está instalada, paguei apenas por um projeto e não por dois”, conta a proprietária da franquia de sanduíches naturais Subway e da sorveteria Salada, Fernanda Diana Oliveira. Já na inauguração, os custos eram de 20% a 30% menores e os gastos mensais caem 10%.

 

Para ela, o casamento das duas operações foi perfeito. “Uma marca complementa a outra e não há concorrência entre elas. Eu aconselho a quem for tentar um negócio de duas lojas que procure negócios que agreguem um ao outro, e que o cliente possa consumir dos dois serviços”, afirma. No espaço de eventos para comemorações, os dois produtos também se encontram. “As duas operações estão disponíveis nos eventos e os clientes ficam muito satisfeitos”, garante Fernanda.

 

Veículo: O Estado de Minas
 


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