Plástico crescerá 6% em 2010, puxado por pequena e média

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A cadeia de plástico vai crescer entre 5% e 6% em 2010. A estimativa foi feita pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) Merheg Cachum, em entrevista ao DCI durante a abertura da 2ª Semana de Embalagem, Impressão e Logística, realizada em São Paulo (SP). "A perspectiva para 2010 é muito boa, o setor deve crescer apoiado na busca de competitividade pelas pequenas e médias empresas, elas estão investindo em máquinas novas", explicou Cachum, que considerou, "mas existe uma condicionante, ainda não sabemos como o mercado vai se comportar com o fim dos incentivos fiscais, o que mostra que a carga tributária é muito alta".

 

Segundo o presidente da Abiplast, uma possível freada de alguns setores pode ser preocupante. "Ainda somos deficitários na balança comercial do plástico, todas as empresas nesse momento estão voltadas para o mercado interno, precisamos exportar se não, a conta não fecha. Por isso muitos fabricantes brasileiros estão essa semana na Feira do Plástico na Argentina abrindo novos negócios", explicou Cachum mencionando que o setor faturou R$ 35 bilhões em 2009 e transformou 5,1 milhões de toneladas. O presidente da entidade também explicou as dificuldades da cadeia com os últimos reajustes de matéria-prima. "O reajuste de preço é sempre um problema. A dificuldade será repassá-lo, a atualização dos valores é inevitável. Infelizmente no caso do plástico é uma questão de preço internacional, mas quem determina isso no Brasil, é a Petrobras". Segundo Cachum, o tamanho do reajuste vai variar de acordo com o tamanho da demanda do comprador, "pequenos, médios e grandes utilizadores de matéria-prima tem escalas diferentes na formação de preço, mas posso dizer que o reajuste foi de R$ 200/tonelada de janeiro para fevereiro e outros R$ 200/tonelada na virada de fevereiro para março. Mas mesmo assim, a economia vai decolar, é um ano de política [eleições], que são sempre bons para a economia do País".

 

Com o mesmo tom de confiança, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico da Abimaq, Wilson Miguel Carnevalli, também aposta no crescimento. "O segmento de máquinas para a Indústria de Plástico deve crescer entre 10% e 20%. Há uma busca pela melhora na produtividade das máquinas, estamos assistindo uma renovação dos equipamentos, pois nossos clientes, os transformadores do plástico, estão todos com vendas fechadas até o longo prazo", argumentou citando que a capacidade instalada do setor cresceu 4,1% em relação ao ano passado e já atingiu 87,64%. De acordo com os dados da Abimaq, as vendas de máquinas para a indústria do plástico estão com faturamento mensal próximo de R$ 100 milhões (uma projeção de R$ 1,2 bilhão no ano, frente aos R$ 734,71 milhões faturados em 2009), com a base de janeiro em R$ 97,37 milhões, exportações em R$ 5,39 milhões e importações em R$ 34,57 milhões. Os números de fevereiro serão apresentados pela Abimaq hoje.

 

O presidente da Câmara Setorial também falou como empresário. "A Carnevalli vai ter um ano muito bom, já temos 80 encomendas que serão entregues até o mês de agosto e outros 60 pedidos que estão em análise de crédito no Finame. Aliás, esse é principal fator do nosso crescimento, as pequenas e médias podem comprar com os juros baixos do BNDES", explicou. Segundo o empresário quase toda a produção fica no mercado interno. "No passado, já exportei 50% da produção de máquinas, hoje no máximo uma máquina por mês. Com o real valorizado, só vendi uma máquina para o Paquistão e três ou quatro encomendas para América Latina e Caribe".

 

A presidente da Associação Brasileira de Flexografia (Abflexo), Ana Carina Marcussi, também falou sobre a aquisição de impressoras de flexografia no mercado interno. "No setor de flexografia já estão reunidas mais de dois mil empresas que faturam juntas mais de R$ 16 bilhões por ano. As pequenas e médias empresas adquiriram 50 máquinas de última geração, ao custo de R$ 3 milhões cada, 90% produzidas no Brasil, que imprimem nas embalagens em gramaturas mais finas". Marcussi estimou o potencial da flexografia. "Sou cautelosa com 6%, o potencial é muito grande. A indústria de embalagens flexíveis está investindo para ganhar produtividade e o outro segmento que atendemos, o de papel ondulado precisa urgente de renovação, eles estão sucateados", afirmou.

 

Veículo: DCI

 


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