Setor de cosméticos aposta nas classes C e D

Leia em 4min 10s

Empresas lançam linhas populares.


 
Empresas mineiras do setor de cosméticos estão programando investimentos e contratações para acompanhar a expansão da economia nacional. Conforme representantes do setor, a demanda está aumentando em função do emergente público consumidor das classes C e D.

 

De acordo com o proprietário da Indústria e Comércio de Perfumes Ltda, detentora da marca L’acqua di Fiori, Leopoldo Mesquita, com unidade fabril no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, a empresa programa para os próximos 30 dias aporte de R$ 1 milhão no lançamento de uma linha voltada para classes populares. A previsão é de que sejam contratados pelo menos 50 trabalhadores neste período. O quadro atual é de 200 funcionários na fábrica da Capital.

 

Mesquita disse que o lançamento desta linha vinha sendo programado há alguns anos e, agora, é o momento de colocar em prática. "Estamos atentos ao aumento do poder de compra da população e vamos concentrar ações para este público", disse. O objetivo, segundo o empresário, é ampliar o público consumidor da marca. O preço médio dos produtos L’acqua di Fiori, hoje, gira em torno de R$ 100. Os novos lançamentos incluem perfumes com preço final de R$ 40. "Isso vai implicar em expansão dos nossos negócios. Temos muitas lojas situadas em locais com condições de vender para este público", afirmou.

 

O Estado de São Paulo é o que detém a maior fatia do faturamento da empresa, cerca de 35%, seguido de Minas Gerais, com 21%. O restante é pulverizado por todo o país. Com os novos produtos a preços mais baratos, Mesquita aposta na possibilidade de avançar sobre mercados das regiões Norte e Nordeste do Brasil. "Faz parte do nosso projeto atingir, gradativamente, novas regiões em que a população possui poder aquisitivo menor. Temos feito pesquisas que apontam as classes mais baixas comprando mais. Por isso estamos nos organizando para oferecer produtos mais populares. A coleção mais barata visa atender justamente ao crescimento das classes C e D", explicou.

 

Frente ao desempenho positivo da economia nacional, Mesquita prevê faturamento recorde neste ano: RS 144 milhões, o que representa 20% a mais na comparação com 2009 quando o resultado foi de R$ 120 milhões. Uma das estratégias previstas pela empresa, fundada em 1980, para alcançar o crescimento previsto para 2010 será a abertura de lojas. Com 950 pontos de venda no Brasil, a L’aqua di Fiori prevê a inauguração de 60 franquias até dezembro deste ano. Desse total, quatro serão na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). "Ao todo, inauguraremos 28 lojas a mais em 2010 em relação ao ano passado", disse.

 

Baixa renda - A Higident do Brasil, com fábrica e sede em Itajubá, no Sul de Minas, especializada na fabricação de sabonetes adulto e infantil, além de sabonetes cosméticos, é outra empresa do ramo que se organizou para atender os consumidores de baixa renda. De acordo com o assessor da diretoria, Peter Bungart, esse mercado já era alvo de atenção. "Já vínhamos nos preparando para atender às necessidades do mercado popular. Nossos investimentos em curso incluem ações para este segmento", afirmou.

 

Entre 2006 e 2009, segundo ele, a empresa recebeu investimentos da ordem de R$ 50 milhões. Desse total, 10% foram provenientes de instituições de fomento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante foi bancado pela companhia, com recursos do próprio caixa. De acordo com Bungart, a programação de aportes prossegue até o final de 2012. A previsão é de que outros R$ 30 milhões sejam investidos neste período na ampliação de linhas de produção através da aquisição de maquinário.

 

A empresa não possui marca própria e fabrica sob encomenda para grandes grupos nacionais e internacionais como Natura, Avon, Jonhson & Jonhson, Jequiti e Nívea. A Higident tem capacidade de produzir 40 milhões de sabonetes/mês.

 

Hoje a empresa gera 1,080 mil empregos diretos e, conforme Bungart, a perspectiva é de aumentar em 15% o quadro de funcionários a partir do segundo semestre. "Muitos dos nossos clientes estão centrando fogo na produção de mercadorias a preços mais baratos, para cobrir o aumento de demanda ocasionado pelo aumento de poder de compra da população. Nós preparamos e nos antecipamos a esta demanda. Por isso, estamos tranqüilos em relação ao futuro", afirmou.

 

Em 2009 o mercado de cosméticos movimentou R$ 25 bilhões no Brasil, de acordo com números da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal e Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). O montante representa expansão de 15% sobre 2008. O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo, perdendo apenas para Japão e Estados Unidos.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG

 


Veja também

Sorvete: produção deve somar 1 bi de litros

Empresas brasileiras do setor apostam na parceria público-privada para gerar novos negócios.   Term...

Veja mais
SOLA DE SAPATO

A marca Goóc, que fabrica acessórios e calçados com solado de borracha reciclada de pneus, lan&cced...

Veja mais
Concentração do varejo assusta publicitários

Para profissionais reunidos em evento no Rio, maior desafio é tornar esse movimento favorável para as ag&e...

Veja mais
Redução de dívida faz ação de dona da Parmalat subir 7%

Segundo especialista, débito tributário de R$ 14 bilhões cobrado da empresa era excessivo   ...

Veja mais
Matéria-prima sobe e já pressiona os custos

Alta do aço, do cobre, das resinas plásticas e do algodão é apontada como fator de risco de ...

Veja mais
Taeq lança catálogo de produtos

Firme no posicionamento de manter marcas próprias capazes de competir com as líderes de mercado, o Grupo P...

Veja mais
Hyosung investe em fábrica têxtil em SC

A conglomerado coreano Hyosung, que atua em 73 países, está investindo US$ 100 milhões na constru&c...

Veja mais
Comercialização de aves temperadas tem nova norma

Todas as empresas do setor supermercadista devem estar atentas às novas normas de comercialização d...

Veja mais
Embarques de café crescem 15% na entressafra

Os embarques mensais de café apresentaram, em março, o primeiro crescimento desde outubro do ano passado. ...

Veja mais