Estado conta com a segunda maior concentração de empresas do segmento do país, com um total de 852 fábricas.
Apesar das incertezas climáticas, a indústria mineira de sorvetes, segunda maior do país com 852 fábricas, prevê um crescimento de 20% nas vendas deste ano em relação ao ano passado. A boa perspectiva é impulsionada pela campanha do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Sorvete de Minas Gerais (Sindsorvete), que derruba o estigma de que o produto faz mal à saúde.
A idéia é provar que o sorvete é um alimento nutritivo e que deve ser consumido não só no verão, para que a produção industrial não se limite a apenas seis meses do ano. "Mudar essa cultura irá aquecer nosso mercado em grandes proporções. No verão, produzimos em uma semana o equivalente a um mês no inverno", afirmou o novo presidente do Sindsorvete, Bruno Figueiredo.
Mesmo com projetos de expansão, o setor em Minas - formado em sua maioria por micro e pequenos empresários - ainda enfrenta grandes obstáculos, fora a variação sazonal. "A informalidade das empresas e a falta de gerenciamento planejado das sorveterias atrapalha a produção industrial", informou Figueiredo. Para ele, a linha de crédito oferecida para o setor é desconhecida por empresários.
Quando as sorveterias não são gerenciadas com empreendedorismo, as fábricas são as maiores prejudicadas, de acordo com Figueiredo. No entanto, o principal entrave que impede uma maior explosão do setor é, ainda, o excesso de tributos. "A carga tributária é pesada e desconsidera o fato de que nossa indústria passa a metade do ano pagando contas", afirmou.
Custos - Outro grande problema, segundo ele, está nos custos com embalagem, equipamentos e algumas matérias-primas. "As máquinas de freezer e as embalagens não são feitas em Minas. Além disso, temos que comprar de fora a gordura vegetal, os aromatizantes e os estabilizantes de conservação", acrescentou. As dificuldades com o frete também impedem uma maior expansão do setor.
De acordo com Figueiredo, as empresas devem valorizar o que é feito no Estado, o que evitaria gastos imensos com transporte. "Temos que dar prioridade para as máquinas e matérias-primas daqui para que o capital não vá para outros estados, principalmente pelos gastos em locomoção." Para ele, a indústria mineira de sorvete ainda assim continua forte, mas tem muito a melhorar.
Para isso, explicou, o sindicato pretende lutar pela profissionalização da cadeia produtiva, para que o profissional da área esteja preparado diante das exigências do mercado. "Já existe o ISO 22000 para a indústria que esteja de acordo com a vigilância sanitária e outros itens de qualidade. Porém, a certificação ainda não foi concedida para empresas mineiras", acrescentou.
Veículo: Diário do Comércio – MG