A crise de mobilidade na cidade de São Paulo, causada pelo trânsito caótico de veículos na metrópole, é responsável por um prejuízo de R$ 33 bilhões por ano. A conta foi feita pelo economista Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque, vice-presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV), durante o segundo seminário nacional de gestão de frotas, que termina hoje.
Dentre as discussões sobre redução de encargos nas frotas, gestão e mobilidade urbana, ele explicou que este custo é dividido em 'custo de oportunidades' e 'custo peculiar'. O que significa uma perda de quase 10% do PIB paulistano. "O custo de oportunidade é aquele que deixa de ser produzido na cadeia produtiva. É o tempo que as pessoas ficam no trânsito paradas e deixam de fazer outras coisas, como gastar com lazer, alimentação, e outras possibilidades. Essa é uma perda de R$ 27 bilhões", apontou.
O custo peculiar computa gastos como consumo de combustível, impactos na saúde e alta do frete. É uma cifra que chega a R$ 6 bilhões, que pode ser mensurada. "Com a velocidade caindo de 33 km/h para 17 km/h houve um custo maior de combustível. A evolução do valor subiu, de 2000 (quando era R$ 2,7 bilhões) para 2008 (para 4,1 bilhões). Além de gastos com saúde pública, de R$ 406 milhões." Outro fato, segundo o economista, é possibilidade de aumento de frota de carros "Nos EUA, o número é de um carro para cada 1,2 habitante e no Brasil é de 1 para 8, ou seja há muito potencial para crescer a frota", projetou.
Para Cintra, a capital paulista representa 12% do PIB nacional e as perdas geram impacto no custo Brasil e na matriz industrial nacional. "Outro dado é que houve um aumento de frota. O rodízio municipal já perdeu validade, pois os índices de hoje são os mesmos de 1996."
Veículo: DCI