Credicard fecha aliança com rede EletroShopping

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A Credicard fechou aliança estratégica com a EletroShopping, segunda maior varejista do Nordeste, para a oferta de cartões e crediário (CDC). Com uma rede de 139 lojas - já incluindo a recente aquisição de pontos de venda da Hermol - e faturamento anual na casa dos R$ 700 milhões, o negócio dá a largada nos planos do braço de financiamento ao consumo do Citi no Brasil de se unir ao varejo, um tipo de parceria em larga medida explorado por grandes bancos como Itaú Unibanco e Bradesco.

 

Em dois anos, a EletroShopping planeja ter 500 mil cartões com bandeira na rua, partindo de uma base cadastral de 5 milhões de clientes. Segundo o presidente da rede, Richard Saunders, a base de 120 mil "private label" (marca própria) que mantém em parceria com o HSBC/Losango será preservada e a nova operação partirá do zero. "No ramo de eletroeletrônicos, o cliente não volta todo mês para fazer uma nova compra e é o cartão com bandeira, que pode ser usado na farmácia ou no supermercado, que faz mais sentido."

 

O executivo não revela detalhes da parceria, mas, na prática, os acordos recentes de cartões híbridos preveem que os plásticos funcionem como "private label" quando usados nas lojas da varejista, sem os custos de rede das bandeiras, mas se convertam em receitas financeiras quando usados nos demais estabelecimentos, na forma de comissão. De acordo com Saunders, a ideia é oferecer condições especiais de preços, taxas e prazos para o consumidor que financiar sua compra no cartão, estimulando a ativação. A busca de um novo parceiro financeiro, conforme conta, foi pela facilidade negocial, que trouxe melhores condições para a varejista atuar. A EletroShopping criará a carteira e a Credicard ficará com a administração do portfólio.

 

Segundo o presidente da Credicard, Leonel Andrade, essa é a primeira de uma série de alianças que vem costurando e um dos pilares do plano de crescimento traçado até 2012 para o tradicional negócio de cartões e também para a Credicard Financiamentos. A marca sucedeu a CitiFinancial e herdou as 100 lojas da financeira, paralelamente à reestruturação do Citigroup no ano passado. Às voltas com perdas bilionárias, decorrentes da exposição no mercado de hipotecas, na divisão do grupo em duas unidades, só a operação de consumo brasileira foi preservada dentro da CitiCorp, que abrangia os segmentos e regiões considerados estratégicos. As demais unidades da CitiFinancial ficaram debaixo da Citi Holdings, que reunia ativos fora do "core" e que poderiam ser vendidos.

 

Com a capacidade de investimentos recuperada no pós-crise, a Credicard voltou a criar produtos, diz Andrade. O varejo é uma distribuição que começa a ser testada, já que não há um plano agressivo para se aumentar o número de lojas próprias. "Sem alianças não chego à grande parte dos consumidores que são atendidos fora dos bancos", diz. "O cliente de parcerias é mais fiel, cancela menos o cartão e esse modelo também reduz o meu custo de aquisição (de novos clientes)."

 

Outro acordo recente fechado foi com a Avon. Nesta primeira fase do projeto, a Credicard vai emitir 300 mil cartões para as revendedoras mais ativas e que compõem a maior parte do faturamento da fabricante de cosméticos. Todas as transações com a empresa são feitas pelo cartão e os gastos fora desse relacionamento viram descontos para as próximas compras.

 

Para 2010, ano em que completa 40 anos, a meta da Credicard é somar 2 milhões de plásticos à sua base de 6,2 milhões com o faturamento chegando a R$ 25 bilhões. Em empréstimos pessoais, o plano prevê R$ 1 bilhão de ativos, com outros R$ 6 bilhões nas operações com juros no cartão. O investimento orçado é de cerca de R$ 230 milhões.

 

Veículo: Valor Econômico


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