Nos últimos anos, a L ' Oréal vem lançando no Brasil produtos voltados para as características da mulher brasileira. Em 2008, o grupo fundou um centro de pesquisas no país, ao lado da fábrica do Rio, na Pavuna. O investimento foi de US$ 30 milhões. De lá já saíram cinco inovações. Metade do crescimento da "divisão público" (voltada ao consumidor final) no ano passado foi resultado desses lançamentos.
Um deles, aplicado na linha Elseve Reparação Total 5, fez o produto ser líder de mercado em menos de um ano. A última novidade saída do laboratório carioca é o leite para tratamento capilar, um produto que ainda não existia no mercado mundial e que inaugurou uma nova categoria. Segundo a empresa, o leite permite controlar o volume dos cabelos, sem que fiquem pesados.
O lançamento foi feito no início do ano na linha mais popular, a Fructis da Garnier e agora estará na Hydra Max da Elséve. "O mais importante para chegar nesse público que desejamos é ter um produto de qualidade com preço acessível", diz o diretor da empresa para América Latina, África e Oriente Médio, Alexandre Popoff, referindo-se à nova classe média.
A diferença de preços entre as marcas Elséve (intermediária) e Garnier (mais barata) no Brasil varia em média de 10% a 15%, mas segundo o executivo, pode chegar a 30%. Isso mostra que a L'Oréal ainda tem poder de fogo para mudar preços e atrair novos consumidores. Segundo ele, essa definição depende do momento de cada mercado. "Na Índia, por exemplo, essa diferença pode chegar a 60%", diz.
A empresa aposta também no crescimento de produtos profissionais, voltados para salões de cabeleireiro. Um de seus trunfos é a chegada no mercado brasileiro de um produto que não utiliza amônia para descolorir o cabelo. O diretor explica que, além de deixar os fios loiros, a fórmula ainda trata e os deixa sedosos. "Temos visto resultados espetaculares. É uma inovação tecnológica resultante de 10 a 15 anos de pesquisa da empresa", conta o executivo.
Para aumentar as vendas dos produtos de luxo, de marcas como Lancôme, Armani, Cacharrel ou Ralph Lauren, a empresa vem apostando na produção de embalagens mais econômicas. Com volumes menores e preços também, a ideia é que atingir um número maior de consumidores, principalmente na classe B.
Veículo: Valor Econômico