Variação do câmbio também prejudicou outras empresas

Leia em 2min

Problemas com a mudança da cotação do dólar também poderão atingir o balanço de outras grandes exportadoras brasileiras, além da Sadia. 

 

O Valor teve acesso a uma mensagem eletrônica encaminhado pelo diretor financeiro de uma grande exportadora brasileira para um diretor do Banco Central. 

 

O executivo mostra grande preocupação com o que define como "um agravamento muito perigoso da crise" e se diz certo de que a "única solução para tranqüilizar o mercado e reduzir volatilidade seria o BC realizar imediatamente alguns leilões de venda de dólar. 

 

O e-mail é datado de 17 de setembro. No dia 19, o BC realizou leilão de venda de dólares, medida que não adotava desde 2003. 

 

Ainda conforme a mensagem escrita pelo executivo, a apreciação recente da moeda justificou uma "postura ativa dos exportadores na busca de proteção no mercado". Os instrumentos tradicionais utilizados foram a BM&F , nos mercados futuros e derivativos/ swaps oferecidos pela comunidade bancária. Sempre conforme o relato dele, os bancos grandes estrangeiros criaram produtos em alguns casos com depósitos de margens e em outras situações só com a marcação de mercado. 

 

"Com a atual volatilidade diante de uma crise internacional, as empresas estão perdendo substancial patrimônio líquido e caixa de forma acelerada. Entretanto, o efeito é dominó, pois as empresas são obrigadas a resgatar CDBs em bancos normalmente de médio porte." 

 

Na última quarta-feira, o BC anunciou a flexibilização dos depósitos compulsórios dos bancos, medida que tinha como objetivo aumentar a liquidez e assim melhorar a situação de instituições de pequeno e médio porte. 

 

O relato do executivo da grande empresa prossegue dizendo que "conversando com diversas empresas senti que estamos diante do chamado efeito manada". Na avaliação dele, a instabilidade assusta e leva a decisões precipitadas. "Vale lembrar que as empresas são indústrias que geram renda e empregos. Só quem ganha com essa volatilidade são somente os especuladores que estão sendo os grandes vitoriosos. E nós que produzimos estamos sendo brutalmente penalizados." O crédito como Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), diz, praticamente está desaparecendo até para as grandes empresas . 

 

O executivo pondera, ainda, que "sabe perfeitamente como funciona a sistemática de decisão". "É natural que a autoridade assuma uma posição institucional conservadora e prudente." 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Wal-Mart investe R$ 25 milhões em loja virtual

Agora só faltam o Carrefour e a Casas Bahia, as duas únicas redes que ainda não têm uma opera...

Veja mais
Bretas amplia sua rede e acirra disputa com DMA

A rede mineira de supermercados Bretas, sétima maior do país, planeja investir cerca de R$ 100 milhõ...

Veja mais
Decreto para portos sai semana que vem

O ministro dos Portos, Pedro Brito, acredita que o decreto para a modernização da administraç&atild...

Veja mais
Evialis acelera diversificação após assumir ativos da Cargill

Os desdobramentos da compra das operações de nutrição animal da Cargill, concluída em...

Veja mais
Laticínios pagam menos ao produtor

O preço médio do leite pago ao produtor no país caiu 6,04% em setembro na comparação ...

Veja mais
Abate de bovinos recua no trimestre e captação de leite sobe 17%, diz IBGE

O ritmo de abate de bovinos recuou 5,6% no país no primeiro semestre em comparação com o mesmo per&...

Veja mais
Fragilidade orgânica

Um redesenho no modelo de distribuição da rede Hortifruti expôs a fragilidade da agricultura org&aci...

Veja mais
Dia das Crianças desconhece crise

O Dia das Crianças tem tudo para se transformar em uma prova de fogo para o Natal e servir como um termômet...

Veja mais
Apelo saudável

As 20 mil sacolas retornáveis da rede Angeloni de supermercados, lançadas esta semana, duraram apenas dois...

Veja mais