Um redesenho no modelo de distribuição da rede Hortifruti expôs a fragilidade da agricultura orgânica no Rio. produtores instalados ao longo da estrada Teresópolis-Friburgo, que nos últmos anos se dedicaram a fornecer hortaliças e legumes ao grupo varejista, já cogitam se render à produção convencional, com agrotóxico, para não sucumbirem à redução da demanda.
Após reestruturação, a Hortifruti - que nasceu no Espírito Santo, mas tem no Rio 16 de seus 20 pontos de venda - decidiu concentrarem três fornecedores, dois deles em São Paulo, a compra de orgânicos. Só um produtor de Teresópolis, a Solstício, foi mantido e teve seu volume de encomendas ampliado de R$ 2 mil para R$ 7 mil, diz Alaídio Gonçalves, gerente comercial da Hortifruti. "A mudança foi feita, porque a logística estava inviável", diz.
A saída da Hortifruti, em agosto, está inviabilizando a cultura de orgânicos na Serra, porque não há demanda para absorver toda a produção. "Falta mercado para orgânicos, mas não falta para a produção convencional", diz a dona de uma propriedade certificada, que viu suas vendas diminuirem de cem brócolis diários para 200 por semana. Ela está a um passo da migração.
Veículo: O Globo - RJ