Para fugir da estagnação, fabricante passa a produzir vários tipos de temperos
Ter umnegócio baseado no modelo monoproduto pode tornarse insustentável no longo prazo. Mesmo com 105 anos de tradição e líder no mercado de vinagres para uso doméstico (com 30% de participação), a marca Castelo, da empresa familiar Castelo Alimentos, sofria com a estagnação da categoria, cujo crescimento anual não passa de 1%. Para piorar, o produto ainda é suscetível a variações climáticas, a exemplo do inverno, período no qual o consumidor foge das saladas e as vendas de vinagre caem em até 20%.
Em 1996, a empresa tentou diversificar e lançou palmito e azeitona. Os produtos, contudo, não emplacaram nas principais redes supermercadistas de São Paulo. “Para colocar um novo código de barras nas gôndolas, é preciso encarar contratos leoninos e faraônicos”, reclama Marcelo Cereser, diretor- superintendente da Castelo Alimentos, que é controlada pela mesma família que detém a fabricante de sidras Cereser.
Agora, a nova tentativa de entrar em novas categorias de produtos - a de azeite português e de temperos em pó tipo “Sazón” — parece ter mais chances de se concretizar. O azeite, além de carregar amarca Castelo e de atuar como co-irmão do vinagre, tem 50% dos lares brasileiros inexplorados, diferentemente do vinagre que já está em 98% das residências.
Depois de dois anos de planejamento, a Castelo Alimentos está investimento R$ 250 mil no lançamento das novas linhas, namudança de seus rótulos e na divulgação dos produtos. Sua meta é oferecer diferentes temperos para dar sabor a pratos caseiros e industriais e tornarse referência nacional em todas as categorias em que atua. “Queremos estar entre as cinco marcas mais lembradas. Já somos em molhos para salada, temperos de alho e sal e vinagre. Agora, nossa meta é transformar o azeite numdos mais consumidos do país”, almeja.
Para ganhar mercado, sua estratégia é oferecer um produto acima média em qualidade e apresentação. “Nosso azeite é fruto da mistura de três variedades de azeitonas, resultado de uma pesquisa que fizemos para entender qual o tipo de azeite preferido do brasileiro, se mais amarelado ou esverdeado, mais picante, aromatizado ou frutado”, explica Cereser.
Tempero no faturamento
A ampliação da gama de produtos deve ajudar a Castelo a incrementar
seu faturamento, que foi de R$ 51,4 milhões em 2009. Ameta é chegar aos R$ 53,7 milhões neste ano.
Por volta de 90% das vendas vêm de vinagres e 8% de temperos, molhos e conservas. A previsão para este ano é que os produtos adicionais representem 12% dos negócios. As exportações da Castelo representaram, no ano passado, 2% de sua receita líquida.
A entrada em novas categorias não significa que a Castelo diminuirá a produção do vinagre. A previsão é fabricar 68,2 milhões de litros neste ano contra os 65 milhões de 2009.
Veículo: Brasil Econômico