Palmeira-juçara surge como opção de renda

Leia em 3min

Espécie cultivada possibilita a extração do palmito e dos frutos

 

A recuperação da palmeira-juçara, que até hoje permanece ameaçada de extinção, tem garantido aos produtores gaúchos novas alternativas de renda. Além da tradicional extração do palmito, é possível também aproveitar o suco e a polpa do fruto da palmeira, conhecido como coquinho da juçara, muito semelhante ao açaí. Especialistas apostam nesse método diferenciado de exploração da palmeira como forma de reduzir a extração ilegal das árvores, prática que até hoje ocorre em regiões de Mata Atlântica.

 

Para evitar a extração ilegal, a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) assinaram um convênio para a implantação do Projeto Palmeira-Juçara. A iniciativa permitirá o estudo da viabilidade econômica da exploração dos frutos da palmeira, utilizando um manejo sustentável adequado. O projeto será implantado na unidade de pesquisa localizada em Maquiné, no Litoral Norte. “O projeto tem um cunho socioambiental, pois garantirá renda dos produtores, sem derrubar as árvores”, disse o presidente da Fepagro, Benami Bacaltchuk.

 

O cultivo de juçara tem se difundido de forma importante no Litoral Norte, especialmente de Osório a Torres. “O mercado existe e está em expansão, pois tomamos como base o grande interesse pelo açaí”, disse o pesquisador da Fepagro de Maquiné Rodrigo Favretto. Segundo ele, as propriedades nutracêuticas da juçara se equivalem às do vinho, pois são frutos ricos em flavonoides, que ajudam a combater os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce e pela incidência de câncer. O especialista aponta o cultivo dos frutos como melhor opção se comparado à extração do palmito, já que não há necessidade de cortar a árvore. “Com isso o produtor colhe o ano todo e não precisa esperar sete anos até a árvore chegar no ponto do palmito,” explicou. A produção ainda está muito restrita a poucas agroindústrias de cunho ecológico, que comercializam a polpa da fruta congelada.

 

Em relação à pesquisa, Favretto disse que muitos projetos têm sido desenvolvidos no sentido de multiplicar sementes, da viabilidade de cultivo em meio à floresta, melhor época de semeadura, produtividade. Na semana passada, a Fepagro assinou um convênio com a Ufrgs para realizar um estudo que indique a viabilidade econômica da juçara, aliado ao trabalho de fomento do fruto.

 

Com a difusão do cultivo da palmeira-juçara nas propriedades, tem aumentado o interesse da extração do palmito, produto com alto valor agregado. “O mercado é bom e muito pouca gente se dedica a essa atividade, o que sempre garante boa rentabilidade”, explicou o assistente técnico da Emater Metropolitana Roberto Sacknies. Segundo ele, a Emater tem realizado um trabalho junto aos produtores para incentivo do plantio da palmeira consorciada com bananais. “É possível colocar de 200 a 300 pés dentro do bananal. São plantas que não competem entre si, além disso a juçara ocupa as áreas ociosas dos bananais.”

 

A exemplo do que ocorre com a fruta da juçara, a produção de palmito ainda é muito restrita, pois há poucas empresas habilitadas para essa atividade. A área ainda é muito pequena, no Estado e a Emater não tem mensurada sua extensão. Sacknies diz que hoje a grande maioria do palmito que se encontra no mercado é oriunda da palmeira- real e também da palmeira-do-açaí, típica da região Norte do País. “Mas a juçara é de muito maior qualidade e a indústria dá sempre preferência para ela.”

 


Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

Após restrição, Mood avança na publicidade

Com apenas quatro anos de existência, a agência Mood, comandada pelos publicitários Augusto Cruz Neto...

Veja mais
Paraná reduz área de plantio para trigo e milho nesta safra

Duas das principais culturas agrícolas do Paraná, milho e trigo, terão suas áreas de plantio...

Veja mais
Vita Derm prevê vendas de R$ 240 mi com mais franquias

A Vita Derm, uma das principais redes de franquias na área de estética e beleza, com mais de 320 lojas no ...

Veja mais
Philips, LG e H-Buster prontas para vender mais televisores

A indústria de televisores está aquecida e pronta para atender a demanda do mercado gerada pela Copa do Mu...

Veja mais
Exigentes, mulheres ditam as regras do mercado local

Elas respondem por 66% do total de compras feitas no País, valorizam os detalhes e não aceitam perder temp...

Veja mais
Quarta maior em eletrodomésticos, Lojas Cem está na contramão do setor

Empresa não quer fazer parte da consolidação, não está na internet, sequer tem empr&e...

Veja mais
Yoki aposta nas festas juninas e na Copa do Mundo para crescer 15%

A Yoki está contando que em sua linha de pipocas — segmento em que é líder com 80% da produ&c...

Veja mais
Amigos indicam e levam a Forever Living a faturar 15% a mais no país

País é o principal mercado da empresa americana de cosméticos, que faturou R$ 2,7 bilhões no...

Veja mais
De uma Copa para a outra, preços de TVs caem até 70%

Recuo do dólar, evolução tecnológica e aumento da produção local dos aparelhos...

Veja mais