A quebra de patente do medicamento Viagra, em maio último, abre o caminho para a Teuto Farmacêutica avançar no mercado de genéricos. O próximo passo da empresa é lançar o genérico do Lipitor, para controle de colesterol, medicamento que movimenta mundialmente US$ 12 bilhões. Segundo a Teuto, o lançamento está previsto para dezembro, quando cai a patente do medicamento, e exigirá investimentos da ordem de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões.
"Trata-se de um dos remédios mais importantes do mercado", explica o coordenador do departamento de Negócios e Mercado da Teuto, Rodrigo Macedo.
Até 2015, segundo dados da Teuto, 28 medicamentos devem perder a patente. "Em geral, a queda de uma patente traz ao mercado produtos mais baratos, o que facilita o seu acesso a uma maior parte da população. É uma reação em cadeia, que se resume em um grande aumento de mercado", comenta Macedo.
Macedo explica ainda que o Diovan, remédio anti-hipertensivo, será o próximo lançamento da empresa. " Este produto só perderia a patente em 2012. Porém o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) adiantou a data para o começo deste ano", explica Macedo.
Outro medicamento na mira do Inpi é o Singulair, da Merck Sharp & Dohme, usado por pacientes com problemas respiratórios, que está prestes a ter queda de sua patente em novembro.
A Teuto investe em média R$ 500 mil no lançamento de cada novo medicamento genérico. Com base nestes dados e estimando os próximos lançamentos da empresa, os investimentos da farmacêutica nos 240 produtos pesquisados atualmente pela empresa, e os investimentos em novos produtos, devem chegar em média a R$ 12 milhões até 2015. "Anualmente a empresa investe em lançamentos 7% do seu faturamento anual", afirma Macedo.
Mercado
Dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos) apontam que os medicamentos genéricos são cerca de 35% mais baratos que os medicamentos de referência. O segmento gerou investimentos próximos de US$ 170 milhões na construção e na modernização de plantas industriais no Brasil. Atualmente, os genéricos representam 18% dos medicamentos consumidos no País. Vencidas as novas patentes, deverão se aproximar dos 30%, segundo projeções da indústria.
Veículo: DCI