Terceirização de limpeza projeta alta de até 25%

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Otimistas com a expansão da terceirização entre indústria, varejo, mercado imobiliário e hoteleiro, as empresas de serviços de limpeza e manutenção Brasanitas, Vikings Sistemas de Limpeza, Empresa Paulista de Serviços e Top Clean esperam crescer até 25% este ano, com a conquista de novas contas e com a ampliação dos contratos com os clientes atuais. Por conta do bom momento, elas estão investindo em equipamentos, certificações e novas filiais. Essas empresas devem crescer mais que o setor, que este ano prevê alta de 8,5% e movimentação de R$ 10 bilhões. Em 2009, o setor cresceu 6%.

 

De olho no crescimento do mercado imobiliário, a Vikings Sistemas de Limpeza espera crescer 25% este ano e para isso aposta na expansão do atendimento a condomínios e no fortalecimento da marca na Região Sudeste, onde foi criada há 14 anos. A empresa projeta um faturamento de R$ 40 milhões em 2010, com participação de 70% dos clientes localizados na Grande São Paulo, 15% do interior do estado e 15% do Rio de Janeiro. "Este ano fechamos contrato com ADM e Cargill, mas a maior parte do nosso crescimento vem do aumento do investimento dos próprios clientes", afirma Alexandre Falbe-Hansen, diretor da empresa.

 

Outra que estima crescer na marca dos 20% é a Brasanitas, que em 2009 faturou R$ 300 milhões. A empresa confia na expansão do atendimento a clientes como a rede Multiplan, de shoppings, Vale, Gerdau e Natura e na entrada em novos mercados, como o das Regiões Centro-Oeste e Nordeste. "Até o final do ano, vamos inaugurar uma unidade de negócios no centro-oeste, onde já temos referências para prospectar novos clientes. E no ano que vem, abriremos uma unidade no nordeste porque queremos iniciar negócios em Pernambuco e Bahia", detalhou Marcelo Trovati, diretor comercial do grupo Brasanitas.

 

A empresa presta serviços em 4,2 mil pontos de atendimento no País. Grande parte do seu faturamento, porém, vem do atendimento a empresas localizadas na Grande São Paulo, seguida pela região de Campinas, por conta do crescimento das empresas de tecnologia instaladas na região. "Nosso crescimento tem sido progressivo, está na marca de dois dígitos anualmente porque o mercado sinaliza crescimento da terceirização. Cada vez mais as empresas irão focar em sua atividade principal, terceirizando as atividades que não são do seu escopo", ressalta o diretor.

 

O grupo é dividido nas áreas de serviços especializados, hospitalar, controle de pragas e facilities, que possuem certificações de qualidade próprias e são vistas como diferenciais entre clientes de indústria, hospitais, shopping centers e instituições de ensino, entre outras. "O grupo Mutiplan, que atendemos em sete shoppings, é um cliente muito exigente. A limpeza é um diferencial para eles", diz.

 

O empresário afirma que, por conta do aquecimento da economia, já chegou a ter problemas para contratar mão de obra, que, assim como na indústria, é intensiva, mas tem um piso salarial inferior. "Se fechamos contrato com um grande contingente, em uma região industrializada, como a do ABC, por exemplo, é difícil contratar", explica o empresário. "Como alternativa, temos trabalhado com os sindicatos, alinhando os salários acima da inflação. Para 2010, houve um aumento de 10%. Isso ajuda a equiparar salários com outros segmentos que têm mão de obra intensiva", afirma o executivo.

 

Novos segmentos

 

A aposta em segmentos em que a terceirização é pouco explorada é a estratégia da Top Clean, que vê boas perspectivas de crescimento da demanda por limpeza no segmento hoteleiro. "Estamos investindo muito no setor de hotelaria porque ainda é pouco terceirizado", afirma Ernesto Brezzi, diretor comercial Top Clean.

 

A empresa também está investindo em certificações e na mecanização de processos para ampliar seu atendimento a empresas e universidades, e espera atingir crescimento de 10% este ano, contra 6% no ano passado. "O mercado está aquecido, já crescemos 5% este ano. Fechamos contrato com a Sandivik, na área industrial, e com a Universidade Metodista", ressaltou.

 

A empresa totaliza 250 clientes ativos, com mais 500 pontos de atendimento, entre os quais o grupo Pão de Açúcar, com atuação nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

 

Uma das mais antigas do segmento de limpeza, a Empresa Paulista de Serviços (EPS), também acredita na evolução da terceirização de serviços no País. Criada há 83 anos pela família Kuperman, pertence ao grupo GTP, ela atua em diversos segmentos do mercado de terceirização. "A maioria das empresas no Brasil terceiriza 30% do que pode ser terceirizado e esse percentual pode chegar a 90%. Serviços de manutenção, por exemplo, não são terceirizados por 80% das empresas", calcula Leão Ferreira, diretor comercial da Empresa Paulista de Serviços (EPS). A empresa tem clientes como a Embraer, a Infraero e o Banco Itaú e este ano fechou contratos com a Vale e com a Universidade de Santo Amaro (Unisa).

 

Para ampliar seu faturamento e crescer 10% em 2010, a empresa aumentou a oferta de serviços oferecidos e aposta em contratos voltados ao gerenciamento de toda a área terceirizada, não apenas da mão de obra. "No Brasil, por conta da nossa cultura, a terceirização da limpeza se dá com a contratação de uma equipe formada por um encarregado e dez faxineiros, é muito pobre. Nossa proposta é terceirizar o serviço, com a prestação de uma consultoria, que avaliará o tipo de serviço a ser prestado e o que será necessário para executá-lo", explica.

 

Para o presidente da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), Luciano Galea, o segmento deve manter um crescimento médio de 8,5% na próxima década. "Temos certeza de que o mercado de limpeza vai manter o crescimento de 8,5% nos próximos dez anos, por conta da conscientização do mercado de higiene e limpeza", avalia. De acordo com a entidade, esse mercado encerrou 2009 com 13 mil empresas, que movimentaram R$ 9,2 bilhões, o que representou um crescimento de 6%.

 

Veículo: DCI


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