Apesar do frio que prejudica a produção, leite fica mais barato

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Com o tempinho mais frio, o leite, em entressafra, deveria ficar mais caro. Mas não é o que acontece agora: o alimento ficou 4,6% mais barato nas três primeiras semanas de junho no Rio, nas contas da Fecomércio-RJ. A melhora para o bolso vem após um longo período de alta. De acordo com a entidade, o preço do leite subiu 41,9% de meados de janeiro ao fim de maio. O freio no consumo ajuda a explicar parte da melhora nos preços para o consumidor.

 

José de Sousa, presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Rio de Janeiro, afirmou que os preços no atacado saíram de, em média, R$ 1,80 há um mês para R$ 1,30 - uma redução de 27,77%. Com isso, os supermercados ampliaram suas ofertas de leite nas prateleiras.

 

- Ao contrário do que se espera para a época, os preços caíram. Quando fica frio, o pasto piora a qualidade e, com isso, o gado come menos, afetando a produção de leite. Com menos oferta, o leite encarece. O que pesou foi o fato de o consumidor ter dado um freio nas compras do artigo no período de preços mais altos - disse ele, acrescentando que as vendas de junho foram prejudicadas pela Copa do Mundo, que estimulou o consumo de outros itens.

 

Segundo Genival de Souza, diretor do Prezunic, as promoções voltaram a aparecer mais nas prateleiras da rede - com preços, em média, 10% mais baixos do que no mês anterior. O que é uma maneira de trazer de volta o consumidor que deixou de comprar o alimento. A rede apresentou, em junho, uma queda de 10% nas vendas do leite, em comparação a igual período do ano passado.
- Agora, dá para recuperar a venda. Mas os preços devem se manter estáveis.

 

No Grupo Pão de Açúcar, os preços ficaram estáveis, mas há promoção. No Extra, a caixa de leite Ninho sai por R$ 1,98 e o Barra Mansa, por R$ 1,79 nas Sendas. Ambos custavam R$ 2,38. No Zona Sul, o longa vida Elegê caiu de R$ 2,09 para R$ 1,69 no site. No Farinha Pura, a marca Regina ficou 7,5% mais barata.
- A redução de preço de algumas marcas foi repassada direta e imediatamente ao consumidor. A alta no consumo dessas marcas já acumula 9% em relação ao mesmo período do mês passado - disse Lícia Vidigal, diretora do Farinha Pura.

 

A psicóloga Nilce Rocha Oliveira percebeu a redução no preços do leite. E, por isso, voltou a levar para casa a marca de sua preferência.
- Estava tudo muito caro. Então, não comprei menos, mas troquei marcas. Comprava pelo preço - disse.

 

Veículo: O Globo


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