Copa do Mundo eleva vendas em até 40%

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Se a saída antecipada da Seleção Brasileira da Copa do Mundo trouxe um ar de desânimo aos brasileiros, por outro lado o desempenho de vendas do setor varejista no período dos jogos foi interessante para algumas redes, que viram alta de até 40% em alguns artigos. Na publicidade também houve comemorações. Segundo o vice-presidente da agência DM9DDB, Alcir Gomes Leite, os eventos mundiais são importantes para o Brasil. "Mesmo que as apostas tenham sido grandes com a Copa, nosso país está fortemente ancorado num consumo fundamentado e de bases sólidas. Não acredito que as vendas sofram grandes impactos com a volta da Seleção para casa", diz o vice-presidente da agência.

 

Nas vendas, o cenário foi interessante para o mercado impulsionado pelo maior espetáculo mundial, tanto que a procura dos consumidores por aparelhos eletrônicos foi o principal motivo para a alta do varejo de 0,1% apurada em junho ante maio - segunda melhor data de vendas do varejo, depois do Natal, segundo pesquisa realizada pela Serasa Experian. Agora, os varejistas devem dar sequência às suas estratégias de marketing conforme previsões de períodos sazonais, como por exemplo, a próxima data, Dia dos Pais, em agosto.

 

De acordo com a Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito, seu índice denominado Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, descontadas as influências sazonais, apontou ontem que o setor de móveis, eletroeletrônicos e informática apresentou avanço de 1,5% em junho. O segmento de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas também apresentou alta (de 0,1%) em relação a maio, enquanto todos os outros setores pesquisados tiveram queda. Para economistas da Serasa Experian, isso pode ser explicado pela elevação da base de comparação, já que a economia brasileira acelerou a partir no primeiro semestre de 2009.

 

Essa alta de junho, segundo Tiaraju Pires, superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), se deu principalmente pelo aumento das vendas de produtos sazonais, no caso da Copa, as bebidas e os snacks. O segmento de bebidas não alcoólicas - águas, sucos e refrigerantes -, teve alta de 20% nas vendas. Já as cervejas foram recordistas, com um crescimento de 30%. Porém, com a saída da seleção brasileira da Copa Mundial, Pires acredita que foco mude e se volte para o setor imobiliário e de veículos.

 

"O consumidor nunca deixa de comer, mas a tendência agora é segurar os gastos com alimentação supérflua e direcionar para construção ou reformas de suas casas", declarou. O segmento de veículos, que após retração de vendas devido à normalização na cobrança de taxas, como a volta do IPI, por exemplo, é outro que terá uma reagida daqui para o final do ano e voltará a se aquecer.

 

Estoques

 

Apesar do desempenho favorável este ano nas vendas, cautela se tornou a palavra de ordem para a rede Armarinhos Fernando, uma das grandes redes do ramo no País, que busca se armar de cuidados para minimizar as perdas no varejo. Tanto que, segundo o gerente geral da rede, Ondamar Ferreira, a tática da marca nesta Copa foi de que as lojas trabalhassem com produtos consignados para evitar a perda de vendas e o acúmulo de estoques. O executivo explica que, apesar disso, houve uma venda considerada dos produtos personalizados para o campeonato mundial. A média de vendas foi de 12% em relação à Copa de 2006, porém a rede - por questões estratégicas-, não abre mais números.

 

Na Armarinhos Fernando, o item que mais se destacou foi neste evento mundial foi a vuvuzela, segundo o porta-voz da rede. Em junho, por exemplo, o estoque estava esgotado na loja da rede que fica no centro de comércio popular paulistano. "Compramos cerca de 50 mil unidades para a Copa e depois tivemos de encomendar mais 15 mil. Um dia até batemos o recorde da rede, que foi vender sete mil vuvuzelas em apenas um dia", enfatizou o gerente da loja.

 

Quem também utilizou de táticas para se prevenir contra o desempenho do time de Dunga, ex-técnico da Seleção Brasileira, foi a Semaan atacadista e varejista da Rua 25 de Março, localizada em São Paulo. Por meio da assessoria, a lojista afirma que começou a efetuar compras em novembro do ano passado, e superou suas expectativas de previsão que era vender cerca de 30% em relação a copa anterior e vendeu 80% a mais em no mesmo período de novembro a junho.

 

A rede afirmou que do montante comprado ficou em estoque apenas 10 que será realocado nas seguintes formas: o que for produto importado será colocado para as vendas nas datas sazonais, como por exemplo, sete de setembro, os produtos nacionais serão devolvidos aos seus respectivos fabricantes. Desta forma, a varejista e atacadista espera não precisar guardar material para a Copa de 2014, que acontecerá no Brasil.

 

Varejo popular

 

A União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacentes (Univinco), também afirmou que não há motivos para reclamação com a Copa. Com base forte em itens que fazem alusão ao Mundial, a entidade registrou 40% maior saída em junho. "Há perdas normais, mas não significativas. O volume de vendas tem sido alto para o mês, então isso compensa", avisa a nota da associação.

 

Segundo a entidade, os empresários de médio e pequeno porte da 25 de Março se preparavam para vender nesta Copa volume de produtos 20% maior que no último torneio, mas a meta já foi superada e montante foi de 80%, apesar do Brasil não ter alcançado as etapas finais do campeonato mundial.

 


Veículo: DCI


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