Alto custo de produção já está inviabilizando a comercialização do produto.
A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debateu, na última terça-feira, as técnicas utilizadas por agricultores mineiros para a produção do queijo minas artesanal. O objetivo foi conhecer as especificidades dessa produção, além das dificuldades enfrentadas por produtores que também buscam o título de Patrimônio Cultural para seus produtos.
De acordo com o deputado estadual e presidente da comissão, Vanderlei Jangrossi (PP-MG), as maiores preocupações são a legislação vigente, a comercialização dos produtos e o cenário no mercado. "Os produtores que estão atuando dentro das normas estão com os custos muito elevados e não estão conseguindo escoar grande parte da mercadoria", explicou.
As regiões do Serro (Central) e Araxá (Alto Paranaíba), Serra da Canastra e Cerrado estão produzindo dentro das normas, atendendo a Lei 14.185, que determina como deve ser feita a produção, salientou o deputado. "Mas, no mercado, os custos com o produto de qualidade similar, porém industrializado, estão menores, fazendo com que os produtores artesanais percam espaço no mecadoo", afirmou.
Ônus - Mas, de acordo com Jangrossi, mesmo com o queijo mineiro ficando mais barato, para obter a certificação é necessário manter produção própria de leilte no estabelecimenot para fabricação do produto artesanal e isso acaba por reduzir as margens dos produtores. "O grande gargalo do segmento é adequar a produção e adquirir maquinários, onerando ainda mais a renda, sem que seja possível obter retorno", ressaltou.
De acordo com o deputado, visando uma situação mais firme para o produtor, estão sendo realizados estudos visando expandir ainda mais a certificação no Estado. "Queremos apresentar um projeto para viabilizar a produção artesanal para gerar oportunidades de venda dos produtos. Afinal, ainda existe uma grande lacuna entre os produtores e os consumidores", salientou.
A Lei 14.185 acaba dificultando a produção de queijos artesanais, quando entra no segmento financeiro, reforçou o deputado. Por isso, Jangrossi adiantou que a comissão está tentando encontrar um meio termo para apoiar os produtores. "A idéia é construir centros de maturação de queijo artesanal, mas ainda está em fase de estudos desde 2002, entre os governos federal e estadual, além de entidades representativas do setor em Minas Gerais", explicou.
Veículo: Diário do Comércio - MG