Brasil e EUA irão reduzir área de algodão para elevar as cotações

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Pressionados pelo grande volume dos estoques mundiais de algodão - estimados em 52,32 milhões de fardos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a temporada 2008/2009 -, produtores estudam reduzir a área nesta safra na tentativa de elevar os preços internacionais da commodity. O assunto está sendo discutido na International Cotton Association (ICA), evento do setor que reuniu nesta semana representantes de 54 países em Liverpool, na Inglaterra.

 

Segundo Haroldo Rodrigues da Cunha, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), entre os participantes do congresso há um consenso de que a redução terá que ocorrer nos países que encabeçam a lista de produção. "Pelo que estamos vendo a redução será no Brasil e nos Estados Unidos", afirmou.

 

Apesar de China e Índia serem disparado os principais produtores, com a expectativa de colher na próxima safra 35,5 milhões de fardos e 24,5 milhões de fardos, respectivamente, Cunha descartou a possibilidade de uma redução nesses países. "A Índia tem uma produtividade alta e mesmo com o preço internacional em queda o algodão continua sendo atrativo para o produtor", disse. "Na China, por ter uma indústria têxtil muito forte o preço interno acaba tendo pouca relação com o preço internacional", completou.

 

De acordo com Cunha, nos EUA a redução de área deve ficar em torno de 10%, o que pode ter um grande impacto no mercado já que a produção do país para a próxima safra está estimada em 13,85 milhões de fardos.

 

No Brasil, a redução deve ser de 10% a 20%. "A decisão tem que ser tomada rapidamente porque há regiões em que a safra tem que estar plantada dentro de 10 dias", disse Cunha. A previsão para a safra 2008/2009 é de 6,4 milhões de fardos.

 

O Comitê Internacional do Algodão (Icac) divulgou a projeção de outubro em 79 centavos de dólar por libra-peso para o Índice A do Cotton Outlook na safra 2008/2009 . Em setembro, a previsão era de 82 centavos de dólar por libra-peso. Apesar dos fundamentos baixistas os produtores brasileiros estão sendo beneficiados pela valorização do dólar. O câmbio deverá garantir uma remuneração extra já que a taxa é fixada na operação de embarque e apenas 30% do volume previsto para exportação foi embarcado.

 

O produtor pode ainda se beneficiar das ações da indústria têxtil que articula acordos bilaterais com os EUA e a União Européia (UE) para levantar as exportações do setor e a renovação do acordo que segura a expansão de produtos chineses.

 

Veículo: DCI


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