Comerciários de SP pedem mais de 10%

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O sindicato dos comerciários de São Paulo antecipou as negociações com supermercados e companhias do comércio em dois meses e suas demandas, que já estão sendo discutidas com empresários, alcançam reajustes salariais na casa de dois dígitos. A proposta do sindicato é que os salários tenham reajuste de 10,3%, embutindo um aumento real de 5%. Nos pisos, a demanda é maior - reajuste real de 20,5%.

 

Desde 2005, o sindicato tem conquistado ganhos reais para a categoria, que em São Paulo tem com cerca de 450 mil comerciários. Em 2009, o acordo foi de 7%, sendo 2,45% de aumento real. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), o salário médio dos comerciários no município é de R$ 1.093.

 

Em coletiva realizada ontem na sede do sindicato, o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Oliveira, afirmou que a atitude do sindicato de antecipar sua data-base em dois meses foi "absolutamente acertada". Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de hipermercados e supermercados no Estado de São Paulo obteve crescimento acima da média estadual do comércio varejista, atingindo 11% em volume de vendas em 2009 - número superior à expansão registrada em 2008, de 8,3%. A receita nominal do setor também cresceu forte no ano passado, atingindo 15,4% sobre 2008, segundo dados do IBGE.

 

"O segmento cresceu muito no ano passado, praticamente ignorando a crise mundial. Então, agora que o país saiu do zero e está crescendo forte, é hora de repartir mais", diz Ricardo Patah, presidente do sindicato. Patah avalia que, além do reajuste real de 5% e o salto nos pisos, de R$ 715 para R$ 900, como quer o sindicato, é preciso "amarrar as empresas no sentido de diminuir a rotatividade". O sindicato realizou 44,2 mil homologações entre janeiro e maio do ano, o que significa que 8,8 mil trabalhadores foram demitidos por mês. "Quase 20 mil comerciários não conseguem completar dois anos dentro da mesma empresa", diz Patah.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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