Vendas do setor crescerão 10%

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40,9 milhões por dia é o total de frequentadores de padaria

 


O segmento de panificação e confeitaria no Brasil, composto, na sua grande maioria, de pequenas empresas, muitas das quais de caráter familiar, e que corresponde a cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, estima crescer 10% até o final deste ano em faturamento, em relação a 2009, quando as vendas registraram aproximadamente R$ 45 bilhões, dos quais mais de R$ 21 bilhões foram gerados por produção de marca própria. Outro dado positivo foi que no ano passado o número de frequentadores de loja por dia cresceu 1,3%, saltando de 40,42 milhões para 40,94 milhões.

 


Pesquisas realizadas pelas entidades de classe do setor mostram que 60% do crescimento do segmento se devem ao incremento de novos serviços nas padarias, como produtos novos e o food service (alimentação fora do lar) que as padarias institucionalizaram e que chega a movimentar, segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias de Alimentos (Abia), aproximadamente R$ 797 bilhões no mundo todo anualmente, e a tendência é crescer ainda mais. Neste novo modelo se apresentam os serviços de café da manhã, almoço, café da tarde e até jantar.

 


"O crescimento da padaria como canal de multinegócios e multisserviço é uma realidade. Geramos desenvolvimento em todos os sentidos; estamos evoluindo em qualidade e em quantidade: os produtos que saem de nossos fornos e equipamentos estão cada vez mais aperfeiçoados; de simples promessa, o food service se transformou, para nós, em via prolífica de rentabilidade. Por meio da profissionalização dos modelos de gestão, estamos conseguindo fazer avanços impensáveis há apenas uma geração; abrimos novas frentes de emprego e de oportunidades de melhoramento social", diz Antero José Pereira, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan).

 

Problemas

 

O aumento da produtividade das padarias gera crescimento da procura por profissionais preparados para a atividade do setor. Hoje este é o maior problema das padarias e da indústria de panificação. "A grande dificuldade em nosso setor de panificação é, sem nenhuma dúvida, a mão de obra especializada", diz Antero Pereira, acrescentando que o setor firmou diversas parcerias com instituições como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a fim de oferecer cursos diversos que melhor preparem o profissional, dando-lhe melhor qualificação. "Este é o nosso desafio nos próximos anos", garante. Ao longo de 2009, a indústria da panificação respondeu pela abertura de 10 mil novos empregos, com o que o segmento mantém em atividade mais de 760 mil postos de trabalho no Brasil. "O crescimento do número de vagas no setor será da mesma proporção do do ano passado porque o mercado de panificação está com musculatura suficiente para crescer", garante Pereira.

 

Os bons resultados que o setor apresenta atestam o acerto das iniciativas desenvolvidas pelo Programa de Apoio à Panificação (Propan), focado na melhoria da gestão e do desempenho dos empresários que operam no segmento, e das ações conduzidas pela entidade para conferir maior competitividade ao setor, destaca Alexandre Pereira, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). Segundo ele, graças ao Propan a panificação soube reinventar-se, resistindo ao assédio dos grandes supermercados, que, por concorrência, acabaram extinguindo grande parte do chamado pequeno comércio. Para Pereira, o bom desempenho do setor vem sendo fator determinante da manutenção dos preços do pão francês e demais produtos panificados, principalmente depois de o País ter anunciado que ainda não tem capacidade para abastecer toda a produção e precisa importar trigo. "Os ganhos de eficiência da panificação permitem a absorção de eventuais altas de preços da matéria-prima", explica.

 

O Brasil precisa ter autossuficiência em trigo para não dependermos tanto da importação e por uma questão de segurança alimentar. Dados da consultoria AFNews mostram que o Brasil deve importar 5,6 milhões de toneladas de trigo nesta safra. Na semana passada, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) concretizou um convênio com a Associação Argentina de Produtores de Trigo (Aaprotrigo) pelo qual durante três anos, tempo de vigência da parceria, os triticultores argentinos vão cultivar de acordo com a necessidade dos moinhos do Brasil. Mas a estimativa de produção de 9 milhões de toneladas de trigo na Argentina para a safra 2009/2010 não será suficiente para atender à demanda brasileira. "Por isso, o País está comprando nos Estados Unidos. Devemos, este ano, buscar mais do produto norte-americano", afirma Steve Cachia, analista da CerealPar em cuja avaliação os argentinos devem destinar à exportação apenas quatro milhões de toneladas.

 

Além do trigo, os impostos preocupam a indústria da panificação. Mesmo que haja uma redução da carga tributária do pão francês em algumas localidades, esse benefício nem sempre é repassado ao consumidor. O secretário de Fazenda do Distrito Federal, André Clemente, assinou um decreto de redução da carga tributária do pão francês publicado no Diário Oficial do último dia 13 de julho. Clemente observou, no entanto, que o decreto deixa claro que a redução do imposto não necessariamente gera queda do preço final. "Não podemos obrigar os proprietários de padaria a baixar o preço do pão. De qualquer forma, a medida abre possibilidades de competição no mercado, e aumenta o lucro dos empresários, dando subsídios para mais investimentos", afirma.

 


Veículo: DCI


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