Frustração de safra de importantes países produtores motivou alta. No Vietnã, o 2º maior, colheita atrasou
O preço do café no varejo deve ter reajuste médio de 15% nas próximas semanas, acompanhando a alta do produto no mercado internacional. Na Bolsa de Nova York, que serve de referência para o mercado, a cotação do contrato futuro subiu cerca de 20% nos últimos 40 dias. "A indústria de café está pagando, em média, R$ 40 a mais pela saca de 60 quilos de café, em comparação com 40 dias atrás. Não temos condições de assimilar essa alta nos custos sem repassar ao varejo", diz o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz.
Nathan explica que os preços do café subiram no exterior por causa da frustração de safra em importantes países produtores, como Colômbia e da América Central, que só voltarão a abastecer o mercado no fim do ano. O Vietnã (2.º maior produtor do mundo) teria tido atraso na colheita. Além disso, os estoques no mundo estão baixos e a oferta está justa em relação à demanda.
O resultado desse descompasso acabou se refletindo no mercado interno, embora o Brasil esteja colhendo uma grande safra de cerca de 47 milhões de sacas. Os cafés mais finos são os menos ofertados e, portanto, devem apresentar maiores reajustes. O quilo de café fino está cotado em cerca de R$ 35 e deve subir perto de R$ 5. Os cafés ditos superior e tradicional, os mais consumidos, devem subir porcentualmente menos, de entre R$ 9 e R$ 10 o quilo para cerca de R$ 10 a R$ 11.
"A indústria está com "zero" de gordura para queimar, pois os preços de venda ao varejo são os mesmos de cinco anos atrás", diz Nathan. Nesse período, segundo ele, os custos subiram e a rentabilidade do setor praticamente desapareceu.
Veículo: O Estado de S.Paulo