Hortifrúti tem preço menor em julho

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Vegetais atingem a melhor média do ano, influenciada por aumento da oferta e férias escolares

 

Os produtos de hortifrúti atingiram em julho a média de preço mais favorável do ano para o consumidor, segundo levantamento divulgado ontem pelo mercado atacadista das Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa-Campinas). As condições climáticas favoráveis, o aumento da oferta e a época de férias escolares são os fatores apontados pelos técnicos para a baixa nos preços. O levantamento divulgado ontem, que analisa o preço dos 30 principais produtos comercializados entre 17 e 23 de julho, mostra queda de 8,8% em relação à primeira quinzena do mês.

 

Os principais responsáveis pela redução nos preços são a batata e o tomate, dois dos produtos mais comercializados na Ceasa-Campinas, que atualmente representam, respectivamente, 11% e 8% do total de transações feitas. De março, quando os preços de verduras e legumes chegaram ao pico deste ano, até julho, o quilo da batata caiu de R$ 2,60 para 0,80, redução de 70%. O quilo do tomate foi de R$ 2,40 para R$ 0,85, diferença de 65%.

 

Levando em consideração a lista com os oito produtos que mais variaram de preço, a queda foi de 53% durante os últimos quatro meses. Para o técnico de mercado da Ceasa-Campinas, Francisco Homero Marcondes, os fatores climáticos foram decisivos no impacto dos preços.

 

“O começo do ano foi marcado por fortes chuvas e calor intenso que prejudicaram a produção e elevaram os preços no mercado. Mas, desde março, o clima tem ficado mais ameno e o tempo, mais seco, ideal para o cultivo da maioria das verduras, legumes e vegetais”, apontou. Além disso, o técnico disse que a demanda no mês diminui por causa das férias escolares, porque não há pedidos para as merendas nas escolas.

 

A batata é um exemplo dos impactos climáticos. Com o preço de mercado alto em março, produtores de diversas regiões do Estado de São Paulo e Minas Gerais intensificaram a plantação e, consequentemente, aumentaram a oferta do produto. Os efeitos estão se refletindo nas quedas sucessivas do preço.

 

Com verduras e legumes, a situação é parecida. A oferta está sendo bastante superior ao que é absorvido pela demanda do mercado. Isso tem sucessivamente empurrado para baixo o preço de variedades como acelga, alface, chicória, repolho, chuchu, jiló, pepino e quiabo.

 

Frutas

 

Na maioria das frutas, os preços têm se mantido estáveis. São os casos de abacaxi, banana, laranja, maçã, melão, maracujá e melancia, que não têm registrado variações expressivas. Outros casos que haviam tido variação específica no início do mês, como o limão tahiti e o mamão havaiano, tiveram quedas nos preços e voltaram ao patamar anterior.

 

No período, as ofertas mais elevadas são das frutas sazonais, como morango e tangerina ponkan, além dos produtos juninos/julinos: batata doce, gengibre, milho verde, milho de pipoca e amendoim.

 

A única fruta cujo preço vem subindo é a goiaba, já que o clima não favorece o cultivo. Por causa da baixa oferta, o preço do quilo da goiaba branca foi de R$ 1,20 no começo do ano para R$ 2,00, agora. A goiaba vermelha teve diferença ainda maior: foi de R$ 1,50 para R$ 4,00, o custo do quilo.

 

Consumidor calcula economia de 15% na compra do mês

 

O consumidor acostumado a frequentar semanalmente os varejões e a seção de hortifrúti dos supermercados já sente a queda no preço de alguns produtos. A aposentada Dalila Bichara notou que diversos itens que costuma comprar semanalmente estão mais baratos em relação ao preço pago no início do ano. O tomate, segundo a aposentada, este ano chegou ao pico de R$ 4,00 o quilo e agora é encontrado a R$ 1,49.

 

Segundo os cálculos do filho da aposentada, José Antônio Mechaileh, que acompanha a mãe no varejão, o gasto médio com o carrinho de compras com três tipos de alface, tomate, cenoura, almeirão, batata, mandioca, laranja-pêra e milho-verde está entre 15% e 20% mais barato do que era há alguns meses. “É um impacto significativo no orçamento doméstico.”

 

A ajudante de cozinha Cleci Dal Puppo disse que as quedas nos preços podem ser percebidas com maior intensidade em legumes e verduras do que frutas.

 

“Dá para perceber que alguns produtos, como a batata e o tomate, estão bem mais baratos. O mesmo não acontece com o mamão, que ainda está caro, assim como outras frutas”, disse.

 

O impacto também é percebido em restaurantes. O proprietário do Spice, Sérgio Ruauen de Souza, obteve uma economia geral de 15% no último mês com os ingredientes de hortifrúti utilizados nas saladas e pratos quentes do restaurante, com relação ao mês anterior.

 

A Ceasa é a principal fonte de abastecimento do restaurante, onde Souza adquire 56 itens. “Quem lida diretamente com a compra de hortifrúti está acostumado com a sazonalidade de alguns produtos”, observa. (Sheila Vieira/AAN)

 


Veículo: Correio Popular - Campinas/SP

 

 


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