Um novo modelo de negócios começa a ser aplicado pelo braço de varejo farmacêutico do BTG Pactual. A Brazil Pharma, que reúne ativos do banco nesse segmento, acaba de se tornar sócia da rede Rosário Distrital, dona de 80 lojas no Distrito Federal e na região do entorno de Brasília.
Diferentemente dos negócios fechados até agora (aquisição de 100% da Farmais e de 16 pontos da Farmácia dos Pobres em Pernambuco), a Brazil Pharma será minoritária, com uma fatia de 40% da operação no Centro-Oeste.
Segundo o presidente da Brazil Pharma, André Sá, o modelo de sociedade deve ser buscado pela empresa nas próximas operações. "Não é possível contratar bons executivos nessa área, mas sim se tornar sócio deles", diz Sá. "Queremos redes com sócios conhecedores do mix da região e dos melhores pontos, para continuarem no negócio", afirma.
Esse modelo foi tentado com a Poupafarma, de Santos (SP). Enquanto negociava com o BTG em 2009, a rede santista adquiriu 16 pontos da Farmácia dos Pobres em Recife. O plano era vender toda a rede, que incluía as suas 50 lojas no Estado de São Paulo. "Iríamos ficar com 43% da Poupafarma, enquanto o BTG seria majoritário, com os demais 57%", diz Walter Geraigire, diretor da Poupafarma. "Mas aí o BTG adquiriu outros 16 pontos da Farmácia dos Pobres e nossa participação no negócio cairia para 20%", afirma Geraigire, que continuaria tocando toda a operação.
Além disso, segundo o empresário, o montante oferecido pelo banco pela rede no Sudeste não foi interessante. "Há cerca de um mês, vendemos apenas os nossos pontos da Farmácia dos Pobres", diz.
Já para a Rosário Distrital, a oferta feita pela Brazil Pharma foi ideal. "A rede já estava sendo assediada há um ano, mas não queríamos deixar o negócio", diz o sócio, Álvaro Silveira Júnior, 41 anos. A rede Rosário, fundada pela família Silveira em 1975, tinha 42 lojas quando se uniu, em 2009, à rede Distrital, da família Faria, dona de 11 pontos. Juntas, elas adquiriram a Drogaria Santa Marta, com 19 lojas. Até o fim do ano serão 87 lojas, inclusive em Goiás, e vendas de R$ 360 milhões. O capital do novo sócio será usado para abrir 30 pontos e chegar a R$ 600 milhões em faturamento até o fim de 2012. Com as novas operações, a Brazil Pharma quer encerrar 2010 com 510 lojas e R$ 1,3 bilhão em vendas.
Veículo: Valor Econômico