A evolução da safra de trigo é boa. O clima ajudou e o plantio ocorreu mais cedo no Paraná, líder nacional em produção. Chuva na medida certa e clima favorável apontam para uma boa safra.
O cenário deste ano pode ser bem diferente do de 2009, quando o excesso de chuva no período de colheita prejudicou a qualidade do trigo e reduziu a produtividade.
A avaliação é de Otmar Hubner, do Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná. Os números atuais indicam que os produtores paranaenses semearam 1,14 milhão de hectares, 13% a menos do que em 2009.
Apesar da área menor, a produção cresce 16%, atingindo 3,1 milhões de toneladas. O Deral faz nova avaliação da safra nesta semana.
As perspectivas para o Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional, também são boas.
O plantio está encerrado no Estado e os produtores semearam 799 mil hectares, 8,2% a menos do que em 2009. A produção deve atingir 1,6 milhão de toneladas, com queda de 10,4% em relação a 2009, segundo Célio Colle, assessor da Emater.
Frio e chuva em dose certa, por ora, inibem a evolução de pragas, o que reduz os custos de produção.
Se a safra vai bem, os preços ainda são uma incógnita. "Não há uma perspectiva para o setor", diz Hubner.
O governo reduziu os preços mínimos em 10% em média. O trigo tipo pão recuou para R$ 28,62 por saca e o melhorador, para R$ 29,97. Embora o setor ainda não aceite essa redução dos preços mínimos, o mercado paga bem abaixo desse valor.
O produtor paranaense recebe de R$ 22 a R$ 23 por saca, segundo o analista José Pitoli. Já no Rio Grande do Sul os preços médios são de R$ 20,85 por saca, diz Colle.
Veículo: Folha de S.Paulo