Semp Toshiba vai da sala para a cozinha

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Empresa pretende iniciar no próximo semestre produção de geladeiras, lavadoras e refrigeradores de ar 

 

A Semp Toshiba sempre disputou a sala de estar e o escritório do consumidor, com seus aparelhos de TV e computadores. Agora, está de olho na cozinha. No próximo semestre, pretende iniciar a produção de geladeiras, lavadoras e refrigeradores de ar. O volume do investimento ainda está em estudos e o local da produção não foi definido. A empresa têm fábricas em Manaus e Salvador, mas a previsão é de que a linha branca seja produzida em uma nova unidade, diz Afonso Hennel, presidente da empresa. 

 

Outra mudança é que a Semp Toshiba Amazonas, de capital fechado, vai recomprar as ações da Semp Toshiba S.A., cancelando o registro de companhia aberta da empresa.

 

A Semp Toshiba fabricou o primeiro aparelho de rádio e o primeiro televisor no Brasil. Em 1996, ingressou no mercado de informática e, recentemente, fez sua estréia na área de celulares. Agora, com o plano de dobrar o faturamento até 2012, a empresa prepara-se para competir em um novo segmento, que foge a seu tradicional mercado de eletrônicos de consumo: a linha branca, que reúne eletrodomésticos. Sem sair da sala de estar, a Semp Toshiba quer chegar à cozinha. 

 

A previsão é de que a produção local tenha início no próximo semestre. A princípio, está prevista a fabricação de geladeiras, lavadoras e refrigeradores de ar. "O local ainda foi definido, mas é muito provável que não seja em Manaus nem em Salvador, onde estão as fábricas atuais", diz Afonso Hennel, presidente da Semp Toshiba. "Abriremos uma nova fábrica para essa linha." 

 

O investimento inicial da nova empreitada ainda não foi definido, afirma o executivo. A origem dos recursos que serão empregados também está em estudos. 

 

A iniciativa é parte da estratégia da empresa para diversificar a produção e, dessa forma, agregar valor à marca. Para reforçar a nova abordagem, a companhia iniciou ontem uma nova campanha publicitária batizada de "Um país chamado Semp Toshiba". "O brasileiro já percebe a importância de estar em contato com tudo a toda hora", diz Hennel. 

 

É sob essa diretriz que a empresa começou a investir recentemente na área de mobilidade, incluindo celulares, GPS e aparelhos que gravam e reproduzem vídeos e música. O principal lançamento nessa linha é um modelo de celular que capta o sinal de TV digital. Até o fim do ano, diz Hennel pelo menos mais um modelo será lançado, aproveitando a onda da terceira geração de telefonia. "A pujança desse mercado nos atraiu. O Brasil já tem cerca de 130 milhões de assinantes; ultrapassamos o número de linhas no Japão", diz Hennel. 

 

Os notebooks também são considerados peças-chave na área de mobilidade. Atualmente, a unidade Semp Toshiba Informática (STI), que é responsável por um terço da receita total da empresa, trabalha em um modelo de mini-notebook. 

 

Trata-se de uma categoria de equipamentos de tamanho reduzido e recursos simplificados. Inicialmente, esse tipo de máquina chamou a atenção por ser alvo de projetos públicos para distribuição de computadores a alunos da escola pública. Mais recentemente, porém, mini-notebooks de vários fabricantes começaram a fazer sucesso entre os consumidores comuns. "Queremos desenvolver um modelo que atenda aos requisitos mínimos que um usuário precisa para interagir com o produto", diz Caio Ortiz, vice-presidente de marketing e vendas da companhia. 

 

O grupo é resultado de uma associação entre a brasileira Semp, que detém participação de 60% no negócio, e a japonesa Toshiba, que funciona como parceira tecnológica. No ano passado, o faturamento da Semp Toshiba chegou a R$ 2,2 bilhões. A projeção de crescimento para este ano é de 10%. 

 

Na semana passada, por conta da crise econômica internacional, a companhia anunciou um aumento de 10% em toda sua linha de produtos. Hennel diz que os contratos assinados até dia 1º de outubro serão respeitados. Os novos virão com esse acréscimo. "Acredito que essa crise não afetará muito o mercado brasileiro em geral", afirma. 

 

Há dez anos no comando da empresa, Hennel brinca que está na hora de se aposentar. Com todas as tecnologias que surgiram nesse intervalo de tempo, ele diz que é difícil prever com exatidão quais serão os próximos grandes degraus tecnológicos. O caminho mais cauteloso, afirma o empresário, é permanecer próximo dos anseios do consumidor. 

 

Essa é a razão pela qual a empresa é uma das poucas que ainda fabrica televisores convencionais. "Não podemos abandonar um mercado representado por 80% da população", diz Hennel. 

 

A Semp Toshiba entrou com um certo atraso no mercado de TVs de plasma e cristal líquido. "Apenas 20% da população representa o público que consome plasma e LCD. A Semp posicionou-se nos dois mercados, mas a maior parte do faturamento vem de TVs convencionais", informa Hennel. 

 

Na sexta-feira, a empresa publicou o edital de oferta pública para recomprar as ações da Semp Toshiba S.A., com a intenção de cancelar o registro de companhia aberta. A decisão havia sido tomada em junho pelo conselho de administração da companhia. 

 

A Semp Toshiba Amazonas, de capital fechado, tem 92% do capital da Semp Toshiba S.A. e vai pagar R$ 16,70 por ação pelos 8% que estão no mercado - cerca de 779,5 mil ações ordinárias. O leilão será no dia 4 de novembro na Bovespa. 

 

Com 434 funcionários, a Semp Toshiba S.A. fabrica aparelhos eletrônicos e componentes, além de atuar como revenda. 

 

A empresa não tem representatividade no mercado acionário, mas é uma das mais antigas da bolsa. A então Semp Rádio e Televisão S.A. obteve o registro de companhia aberta em 1971.

 

Veículo: Valor Econômico


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