Fabricantes de alimentos dizem que alta deverá ser repassada
Os preços do trigo tiveram a sua mais rápida alta mensal em mais de três décadas, desde a safra 1972/1973, devido à severa seca na Rússia. O aumento fez com que fabricantes de alimentos alertassem sobre possíveis aumentos de preços nos produtos que utilizam farinha de trigo, como pães e bolachas.
Executivos do setor alimentício também alertaram sobre aumento nas cotações de rações animais e de cevada usada no preparo de malte, o que pode resultar em alta no preço de varejo de produtos como aves e cerveja.
Os preços do trigo na Europa subiram 8% ontem, para 211 por tonelada, a mais alta cotação em dois anos. A cotação avançou quase 50% desde junho do ano passado.
Problemas nas safras e a alta nas cotações trouxeram de volta lembranças da crise global de alimentos em 2007/8, com recorde de preço para várias commodities.
"A indústria não será capaz de ignorar um aumento de 50% nos preços do trigo", disse Gary Sharkey, diretor da fabricante de pães Premier Foods, ecoando uma opinião defendida por outros executivos do setor.
A alta chega em meio à pior onda de calor e seca em mais de um século na Rússia, na Ucrânia e no Cazaquistão, que vem causando devastação nas safras desses países.
Os três estão entre os dez maiores exportadores mundiais de trigo. Executivos e operadores de mercado temem que eles decretem restrições às exportações de trigo ou até mesmo imponham uma proibição de exportação, a fim de manter os mercados locais bem abastecidos e os preços baixos.
Veículo: Folha de S.Paulo