Safra de abacaxi deve crescer em MG

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Emater prevê expansão de 20% na produção estadual neste ano, estimulada pela valorização no mercado.

 

 
A safra mineira de abacaxi, em 2010, deve crescer cerca de 10%, frente à produção registrada em igual período do ano passado. O impulso se deve ao incremento registrado nos preços, à maior demanda pela fruta e ao aumento do poder de compra dos consumidores. A expectativa é que sejam colhidos em torno de 257,556 mil frutos no Estado. Minas Gerais é o segundo maior produtor do país respondendo por 17,5% da volume nacional.

 

De acordo com o engenheiro agrônomo e coordenador técnico regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), José Roberto Silva, a expectativa é que a produção de abacaxi continue alavancada nos próximos anos.

 

Segundo Silva, entre 2002 e 2006 a produção mineira apresentou grande redução devido aos baixos preços de mercado que promoveram a migração de culturas. A produção estadual está concentrada no Triângulo Mineiro. A área ocupada é de 6 mil hectares, no espaço são produzidos 93,5% do abacaxi cultivado em Minas.

 

"Há alguns anos, os baixos preços pagos pelo abacaxi desestimularam grande parte dos produtores que migraram para a produção de soja e cana-de-açúcar, culturas que ofereciam maior rentabilidade. Agora, devido à maior aplicação de tecnologia e a retomada do mercado de consumo, os produtores estão obtendo lucro, o que incentiva a expansão da cultura", analisou.

 

Irrigação - A safra do Triângulo é comercializada tanto para o consumo in natura como para as indústrias de sucos e doces instaladas na região e no Sul do país. Um dos principais fatores que tem incrementado a produção e gerado maior lucro é o emprego de irrigação. Com a implantação da técnica, a fruta é colhida durante todo o ano, com picos entre os meses de novembro e dezembro.

 

"No Estado são cultivadas duas variedades. A maioria dos produtores investe no abacaxi pérola, que é voltado para o consumo in natura. Somente em Canápolis predomina o abacaxi havaiano, mais indicado para a indústria e para a região Sul. O diferencial entre as variedades é que o abacaxi havaiano é mais ácido", disse o coordenador da Emater.

 

Outra técnica que ajuda a controlar a oferta do abacaxi no mercado é a de indução floral. Através do processo é possível deslocar a produção de abacaxi para o período de entressafra onde se concentra a maior demanda e preços mais valorizados.

 

O preço do abacaxi posto nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) pode variar de R$ 0,95 a R$ 1,30 a unidade. A alta registrada nos preços de junho foi de 22,4% sobre os valores praticados em igual mês do ano passado.

 

Segundo Silva, o preço obtido pelo produtor varia entre R$ 0,70 e R$ 1 por fruta, dependendo da época. "Existe uma oscilação muito grande durante o ano, mas mesmo nos períodos de preço baixo o agricultor consegue ter rentabilidade com a cultura. A preocupação do setor é manter a produção equilibrada à demanda", observou.

 

A produtividade na região do Triângulo Mineiro fica em torno de 30 mil frutos por hectare. O custo de produção varia de R$ 8 mil a R$ 12 mil por hectare, quando o produto já possui as mudas, podendo chegar a R$ 14 mil por hectares para o produtor que está iniciando o plantio. As despesas também oscilam de acordo com os tratos culturais aplicados na área.

 

Potencial - Para o coordenador da Emater, Minas Gerais possui grande potencial para a expansão da cultura. Isto devido à produção estadual ser insuficiente para abastecer o mercado. "Grande parte do abacaxi consumido no Estado é proveniente da Bahia, Tocantins e Paraíba. Os produtores precisam investir nos tratos culturais para conseguir ampliar o mercado", disse.

 

Para expandir a produção e reduzir a infestação de pragas e doença na cultura, serão introduzidas duas novas variedades do fruto no Estado. As variedades são resistentes à fusariose. A doença pode acarretar na perda de mais de 50% da produção.

 

"Uma das variedades já é utilizada nos campos de Canápolis e a outra sendo desenvolvida em viveiros. A expectativa é ampliar a utilização das mudas resistentes para os outros municípios produtores", disse Silva.

 

Os principais municípios produtores de abacaxi são Monte Alegre de Minas, com participação de 37,3% do total colhido no Estado, seguido por Frutal, 22%, e Canápolis que responde por 19,8% dos abacaxis cultivados no Estado.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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