Papelarias liquidam estoques

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Apesar de a volta às aulas no segundo semestre não aquecer o segmento de papelarias e livrarias na mesma proporção do começo do ano, os lojistas da Capital consultados pela reportagem preveem um incremento moderado nos negócios no período. Como parte da estratégia, as lojas apostam em promoções e facilidade de crédito para reduzir os estoques.

 

Com três pontos de venda na Capital e um em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Port aproveita o mês de agosto para liquidar. "Esta é uma boa oportunidade para comprar, do ponto de vista do cliente, e para vender, sob a ótica do lojista", disse o gerente de Marketing, Geraldo Melo.

 

Segundo ele, o período coincide com o início das compras para o próximo ano letivo, já que a Paper Brasil, principal feira do setor, ocorre em agosto. Para Melo, agora é o momento de liquidar porque, na seqüência, os clientes passam a buscar lançamentos. "Isso ocorre principalmente com os ‘personagens da moda’ que estampam as capas de cadernos, mochilas, lápis etc. Para os pais isso pode não fazer diferença, mas os filhos sabem distinguir e só querem as novidades", explicou.

 

Visando não falhar nos meses quentes do setor, Melo destacou a importância de acertar na renovação do estoque. "O público de Minas é clássico, então temos que ter cuidado com novidades muito arrojadas", explicou. Ele referiu-se, especialmente, a personagens que fogem das tradicionais, como a coreana Pucca, que inicialmente enfrentou resistência dos mineiros. "Os produtos de informática requerem a mesma seleção", ressaltou.

 

Melo disse que, mesmo diante das promoções lançadas nessa época do ano, os negócios da Port não devem crescer mais de 7% com a volta às aulas do segundo semestre. Para o acumulado do ano, ele prevê um avanço de 35% sobre 2009, estimativa baseada, principalmente, na comercialização de material de escritório. "O público corporativo está buscando produtos com maior valor agregado", argumentou.

 

Ainda de acordo com ele, datas como o Natal não interferem muito nos resultados da empresa. "O Natal das papelarias é em janeiro", revelou.

 

Dia dos Pais - Ainda que dezembro e janeiro sejam meses com grande volume de vendas, na Leitura, atualmente com 28 lojas no Brasil, sendo 14 em Minas Gerais, o Dia dos Pais, a volta às aulas dos universitários e a renovação do material escolar serão os curingas de vendas em agosto.

 

Segundo o proprietário da Leitura, Marcos Teles, o Dia dos Pais eleva a venda de CDs, DVDs e canetas de luxo. Já a volta às aulas alavanca o comérico de livros universitários. "Para os estudantes do ensino fundamental e médio este é um momento de reposição de cadernos, lápis e canetas", lembrou. Segundo ele, a expansão dos negócios em agosto deve ser de aproximadamente 15% em relação a igual período do ano passado.

 

Para incentivar um fluxo maior de clientes na Leitura, que emprega cerca de mil funcionários, a rede lança algumas estratégias. "Além de promoções no setor de material escolar e livros universitários, a empresa oferece facilidades no pagamento. As compras podem ser divididas em até seis parcelas."

 

Encomendas - Conforme o empresário, a compra de materiais escolares para o próximo ano letivo já teve início. Para 2011, a empresa prevê aumentar em 10% o número de mercadorias (mix) em relação ao ano passado. "Em algumas lojas, são mais de mil tipos de cadernos e 200 modelos de mochilas", exemplificou.

 

As quatro unidades da Bikas focadas em linhas escolares aproveitam o mês de agosto para vender até 20% a mais do que em julho, disse o proprietário Fabrício Meyer. Conforme ele, apesar de o período ser destinado apenas à renovação de materiais, como cadernos, a empresa registra bons índices quando comparados a julho, mês em que o comércio fica estagnado.

 

Com mais de 60 anos de história, a Papelaria Ribamar, localizada no hipercentro da Capital, também registra queda nas vendas em julho. "Até os clientes de escritório saem de férias para acompanhar os filhos, então são dias muito parados", disse o proprietário Almir Cruz.

 

Embora a partir de agosto a tendência seja o aquecimento do setor, Cruz destacou mudanças no segmento acarretadas por medidas do governo e pela força do comércio popular. "Hoje quase não se nota o aumento no fluxo de clientes na segunda volta às aulas." Para ele, as constantes doações de livros feitas pelo governo e a concorrência com os shoppings populares causaram um enorme prejuízo para as papelarias.

 

Para este ano, a Papelaria Ribamar prevê uma expansão de 40% nos negócios na comparação com 2009.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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