A produção mineira de caqui rendeu cerca de 10 mil toneladas do fruto em 2010. O volume apresentou incremento de 10% frente à produção registrada no ano anterior. O aumento é atribuído ao crescimento da demanda no mercado interno e à maior aplicação de tecnologias no campo, o que contribui para alavancar a produtividade e reduzir os níveis de perdas. Para o próximo ano cerca de 90 hectares entrarão em produção, o que representa um aumento de 18% na área ocupada pelo cultivo.
De acordo com o engenheiro agrônomo e técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), da unidade de Turvolândia, no Sul de Minas Gerais, Márcio Pereira de Carvalho, as condições climáticas durante o período de colheita favoreceram o incremento na produção. Outro fator que contribui para a maior geração de renda, através da redução das perdas, é o maior investimento em embalagens e nas condições adequadas de transporte.
"Por ser uma fruta altamente perecível, a cultura do caqui precisa de investimentos consideráveis para que o fruto apresente alta qualidade e seja melhor valorizado no mercado. Por ser sensível à temperatura e a choques mecânicos a colheita é feita quando o caqui ainda está verde. Da colheita a chegada aos supermercados ocorre o processo de maturação, por isso os investimentos em embalagens de qualidade é fundamental para a preservação da sanidade da fruta", disse.
De acordo com o técnico da Emater-MG, a caixa de seis quilo do caqui é comercializado pelos produtores de R$ 4 a R$ 6, dependendo da época de safra. Para o consumidor final o preço gira em torno de R$ 16 a caixa de seis quilos. Além de comercializar a fruta in natura, os produtores também estão investindo no caqui desidratado. Cada 100 gramas da fruta desidratada é vendida em média a R$ 4.
"Através da desidratação das frutas os produtores estão conseguindo agregar valor ao caqui, ampliando a receita e a durabilidade do produto. A opção é interessante, já que frutos menores, que não seriam valorizados pelo mercado consumidor, podem ser aproveitados para a desidratação. Outra vantagem é que a receita gerada pela fruta pode ser prolongada por todo o ano", avaliou.
Produtividade - Em Minas Gerais a produção de caqui ocupa cerca de 500 hectares. Outros 90,5 hectares estão em formação e devem produzir a partir de 2011. Para implantação da cultura são necessários investimentos de R$ 10 mil por hectare. A produtividade do caqui pode chegar a 20 toneladas por hectare, dependendo dos tratos culturais aplicados pelos produtores.
"Os produtores mineiros estão investindo na ampliação da cultura e na qualidade do fruto para atender à demanda crescente. A maior preocupação dos consumidores em relação a uma alimentação balanceada está impulsionando a fruticultura e o caqui é um dos beneficiados", observou.
O principal município produtor é Turvolândia. A produção média anual é de 6 mil toneladas do fruto em 300 hectares. Para a safra de 2011 a área ocupada aumentará em 50 hectares, alta de 16,6% em relação ao espaço ocupado na safra atual. No Sul de Minas são produzidos 79% do caqui gerado no Estado.
A região Central, segunda maior produtora, responde por 19% da safra total de caqui em Minas. Os municípios destaques de produção são Antônio Carlos e Barbacena, com produção de 900 toneladas e 540 toneladas, respectivamente. Os principais mercado consumidores são Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. (MV)
Veículo: Diário do Comércio - MG