Tradicional doce mineiro, a goiabada está ganhando cada vez mais mercado fora do Estado. Quem garante é Renato Mol, proprietário da Goiabada Zélia (Indústria de Alimentos Carneiro Ltda), empresa localizada em Ponte Nova, na Zona da Mata mineira. Segundo ele, além da demanda interna, países como África do Sul, Portugal e Estados Unidos já manifestaram interesse pela importação da iguaria o que, momentaneamente, está descartado pelo empresário. "Para exportar será preciso aumentar a produção, o que acarretaria em perda de qualidade", justificou.
Conforme Mol, a empresa, fundada por suas tias nos anos 30, vive hoje sua melhor fase e prevê para este ano crescimento de 15% sobre 2009. Depois de mudar de nome duas vezes, nos últimos 10 anos a empresa ampliou a carteira de clientes consideravelmente. "Garantimos uma expansão nas operações de quase 70%", afirmou.
Além da goiabada, carro-chefe da marca e que representa 90% dos negócios, a empresa comercializa mangaba e bananada. "As 40 toneladas produzidas anualmente são feitas em quatro meses do ano. A primeira metade é fabricada em fevereiro e março e os outros 50% ficam para setembro e outubro, respeitando as safras. Os outros períodos do ano são destinados à manutenção, estocagem e embalagem dos doces."
Os doces da marca são feitos em quatro pequenas fábricas da família, todas localizadas na região de Ponte Nova. A Fazenda Jatiboca, propriedade de Mol, comporta, além de grande parte da fabricação, a colheita das goiabas. De acordo com o empresário, é exatamente essa etapa do processo que limita a venda da iguaria para o exterior. "Não tem como ter goiaba o ano inteiro e cada quilo de doce utiliza dois quilos da fruta." Atualmente, a empresa comercializa 4 toneladas do produto/mês.
Mol afirmou que a questão da sazonalidade é o que dificulta a entrada, inclusive, em mercados de grande interesse da empresa, como São Paulo. "Precisaremos de mais frutas para atendermos os pedidos", reiterou. Outro gargalo é a carga tributária. "Às vezes precisamos repassar os valores para o consumidor final", disse. Hoje, o quilo do doce é vendido por R$ 6, para Minas Gerais, interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Velho, entre outras.
Durante a época de colheita, somente a fábrica, que ocupa 800 metros quadrados da fazenda de Mol, emprega 40 pessoas. Passada essa fase, a propriedade mantém 20 funcionários.
Veículo: Diário do Comércio - MG