Brasil está para se transformar no terceiro maior mercado da Nestlé

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Até o fim deste ano, o País deve ultrapassar a Alemanha em vendas, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da França

 

O Brasil caminha para se tornar o terceiro maior mercado para a principal empresa de alimentos do mundo, a Nestlé, superando o tradicional mercado da Alemanha. A multinacional - que foi blindada da crise graças aos países emergentes - indica que está de olho num mercado extra de 1 bilhão de potenciais novos consumidores nos países emergentes em dez anos e alerta: vai continuar a comprar empresas pelo mundo.

 

O caso do Brasil é emblemático entre os emergentes. O País já é desde meados da década o quarto maior mercado para a multinacional, ultrapassando Itália, Reino Unido, Espanha ou Japão. Mas, agora, ameaça passar para a terceira posição. Em 2009, o mercado brasileiro representou vendas de 5,78 bilhões de francos suíços (US$ 5,44 bilhões), contra 5,8 bilhões (US$ 5,46 bilhões) na Alemanha. Se a taxa de crescimento for mantida como nos últimos cinco anos, a nova posição seria conquistada antes do fim de 2010. A liderança ainda é dos Estados Unidos, com mais de 30 bilhões de francos (US$ 28,25 bilhões) em vendas, seguidos pela França, com 8 bilhões de francos (US$ 7,536 bilhões).

 

Ontem, a gigante do setor de alimentos anunciou lucros de 5,5 bilhões de francos suíços (US$ 5,18 bilhões) no primeiro semestre, montante 7,5% superior ao do mesmo período de 2009. A Nestlé admite, no entanto, que o segundo semestre será mais complicado e que a alta nos preços de commodities pode afetar os resultados.

 

Ainda assim, diante dos resultados do primeiro semestre e da expansão nos emergentes, a empresa decidiu rever para cima as projeções de crescimento em 2010. A perspectiva é de uma expansão nas vendas de 5%. Antes, o grupo indicava apenas que as vendas deveriam superar a alta de 3,9% do ano passado.

 

Na Europa, as vendas da multinacional subiram apenas 2,2% no semestre, contra 11% nos mercados emergentes. Os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) apresentaram no primeiro trimestre uma taxa de crescimento para suas vendas duas vezes superior à média mundial. Na prática, são exatamente os emergentes que estão blindando a empresa de problemas diante da expansão limitada nos países ricos e de consumidores na Europa e Estados Unidos que ainda hesitam em gastar.

 

Emergentes. Atualmente, 35% das vendas mundiais da Nestlé vêm do mercado emergente. A empresa prevê que, em dez anos, essa participação vai subir para 45%. "Essa é uma excelente plataforma para o crescimento da empresa", afirma o diretor financeiro da Nestlé, Jim Singh.

 

Apostando nesse crescimento, a empresa reduziu embalagens e criou produtos para a população muçulmana e para os hispânicos nos Estados Unidos. O investimento nos países emergentes também tem sido uma das prioridades. Só neste ano, a Nestlé adquiriu empresas que representam vendas de 2,5 bilhões de francos (US$ 2,3 bilhões).

 

No total, a multinacional investiu nos últimos seis meses US$ 390 milhões no México, US$ 150 milhões na África, US$ 60 milhões para a construção de mais uma fábrica na Rússia e quase US$ 100 milhões para outra nas Filipinas. Ontem, ainda abriu uma loja de Nespresso em Xangai.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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