Em apenas um mês, vendas do princípio ativo triplicaram na Droga Raia e cresceram 30% na rede de farmácias da Drogasil
O início das vendas no varejo do genérico do Viagra, remédio para disfunção erétil, provocou uma forte expansão de mercado para esse produto em razão da queda nos preços e a popularização do medicamento.
Na rede Droga Raia, as vendas do princípio ativo do produto (citrato de sildenafila) triplicaram entre maio e o mês passado, com a queda pela metade do preço do Viagra e o genérico custando 35% menos que o Viagra, depois de já ter tido o preço reduzido.
Na concorrente Drogasil houve um acréscimo de 30% no número de pílulas vendidas do princípio ativo do produto entre junho e julho. O genérico do Viagra estreou no varejo a partir de meados de junho.
"Hoje, de cada cem unidades da molécula do princípio ativo do Viagra comercializadas pela nossa rede, 75 são do genérico e 25 de Viagra", conta o vice-presidente comercial da Droga Raia, Eugênio De Zagottis.
Carlos Roberto Ely, diretor-geral e de Relações com Investidores da Drogasil, diz que na sua rede o genérico do Viagra respondeu pela metade das vendas do produto no mês passado. Segundo Ely, o período analisado é curto, mas já mostra o potencial de crescimento de mercado dos medicamentos para disfunção erétil depois da queda de preços.
Apesar de representar uma pequena fatia das vendas globais das farmácias, o desempenho do genérico do Viagra é um exemplo do grande potencial de consumo de medicamentos quando ocorre uma queda nos preços.
Dados da Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as vendas de artigos farmacêuticos e medicamentos passaram ilesas à crise e desde de janeiro de 2008 o crescimento acumulados em 12 meses a cada mês ficou praticamente constante.
"Na Europa e nos Estados Unidos, a venda de medicamentos acompanha o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Aqui ela depende da distribuição de renda", afirma Ely. Ele explica que, nas economias desenvolvidas, os medicamentos estão atrelados às compras do Estado e aos planos de saúde. No Brasil, a maior fatia do mercado está no varejo. "Aqui tivemos uma melhora na distribuição de renda nos últimos anos e isso tem impulsionado os investimentos."
Planos. A Droga Raia, que faturou R$ 1,6 bilhão no ano passado, vai investir neste ano mais de R$ 40 milhões na abertura de cerca de 40 lojas. Hoje a empresa tem mais de 300 pontos de venda. No ano passado foram abertas 40 lojas.
Segundo De Zagottis, a empresa vai expandir este ano a sua atuação nos Estados onde já está: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Ele destaca a expansão deste ano no Paraná. Com 20 lojas em Curitiba, a empresa pretende inaugurar 15 pontos de venda no interior do Estado. "O interior do Paraná oferece grandes oportunidades, há grandes cidades com grande potencial de consumo e sem a presença de uma grande rede", diz o executivo. Já está certa a abertura de três lojas ainda neste mês em Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu.
A Drogasil tem plano de expansão semelhante ao da Raia. Com faturamento de R$ 1,787 bilhão no ano passado, a empresa vai abrir 40 lojas neste ano, com um investimento total de cerca de R$ 52 bilhões. Hoje a rede tem 302 lojas espalhadas entre os Estados de São Paulo, Minas, Goiás e Espírito Santo. Neste ano a empresa estreia no Rio de Janeiro.
Avanço
75%
é a fatia atual do genérico do Viagra no total das vendas do princípio ativo do produto na rede de farmácias Droga Raia
50%
é a participação do genérico do Viagra no total comercializado do princípio ativo do medicamento na rede de farmácias Drogasil
Veículo: O Estado de S.Paulo