Para a indústria, efeito da alta de juros é limitado

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Preocupação do consumidor é com o tamanho da tela e com o valor das prestações, diz fabricante de TV instalado na Zona Franca


 
O consumidor compra hoje TV olhando para tamanho da tela e da prestação. A afirmação é de Caio Ortiz, vice-presidente de marketing da Semp Toshiba, uma das grandes fabricantes de televisores instaladas na Zona Franca de Manaus (AM). Segundo ele, essa constatação é mais relevante atualmente porque o crédito continua abundante e barato.

 

Isso significa que, na prática, o aperto da política monetária, com a elevação da taxa básica de juros, não conta para a grande massa de consumidores na hora de ir às compras. Esse comportamento do consumidor, especialmente o de baixa renda, reforça as perspectivas favoráveis para as vendas no próximo Natal.

 

Ortiz projeta crescimento de 10% nas vendas de TV para este ano na comparação com 2009. "Esse crescimento é significativo porque 2009 já foi um bom ano", diz o executivo. Eduardo Junqueira, gerente de marketing de áudio e vídeo da Philips, projeta crescimento de 12% para as vendas de TVs em 2010.

 

No ano passado, a indústria vendeu 9,6 milhões de TVs entre aparelhos de tubo e com tela de cristal líquido (LCD, na sigla em inglês). Para este ano, a estimativa inicial era atingir 11 milhões de aparelhos. Mas, com a desclassificação prematura do Brasil da Copa do Mundo, o mercado revisou expectativas para baixo e agora prevê um volume em torno de 10,5 milhões de unidades.

 

Só no primeiro semestre, foram comercializados 6,5 milhões de aparelhos, um volume superior ao vendido anualmente em 1998 e 2003. Portanto, se a projeção para este ano se confirmar, as vendas do segundo semestre seriam de cerca de 4 milhões de unidades.

 

"Nós estamos muito confiantes com o desempenho do Natal", afirma Junqueira, que iniciou em abril a produção em Manaus (AM) de monitores de LCD, com a contratação de 350 trabalhadores para essa linha. A expectativa é abrir mais 150 vagas até o fim do ano. A empresa encomendou para o Natal um volume de componentes entre 60% e 70% maior em relação ao que foi importado em 2009.

 

A Philips é a primeira indústria que está montando localmente, com componentes importados da Ásia, as TVs fininhas. As demais empresas importam o monitor de LCD pronto.

 

Após a ressaca nas vendas provocada pela antecipação de compras por causa da Copa, o executivo acredita que as vendas das TVs de LCD voltarão a repetir as taxas de crescimento do primeiro semestre, de 60%. O motivo, explica, é o apelo da nova tecnologia.

 

A Philips, por exemplo, vai lançar para este Natal a TV com imagem de terceira dimensão e aparelhos com acesso à internet.

 

Pólo industrial. A Zona Franca de Manaus (AM), onde está concentrada a produção de TVs, encerrou o primeiro semestre deste ano com faturamento recorde de US$ 15,955 bilhões para o período. O acréscimo foi de 40,89% em relação ao primeiro semestre de 2009 e 5,69% maior que o mesmo período de 2008, quando a crise financeira não tinha atingido o País, segundo dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

 

No ano passado inteiro, as vendas desse polo industrial que incluem, além das TVs, motocicletas, aparelhos de áudio e vídeo, telefones celulares e relógios, somaram US$ 30 bilhões. Segundo Flávio Dutra, diretor executivo da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, as vendas deste ano poderão chegar a US$ 33 bilhões.

 

"Baseado nas estatísticas de produção e no faturamento do primeiro semestre deste ano, a perspectiva é que no Natal e na virada do ano estaremos comemorando novos recordes, superando os resultados de 2008, quando o faturamento atingiu US$ 30,1 bilhões", diz Oldemar Ianck, superintendente adjunto de projetos da Suframa.

 

As mais de 600 indústrias do pólo de Manaus encerraram o primeiro semestre deste ano com 101.157 trabalhadores, entre temporários e efetivos. Para dar conta da produção de fim de ano, Dutra diz que serão abertas cerca de 6 mil vagas temporárias entre setembro e novembro. Em 2009, diz ele, foram contratados 2 mil temporários.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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