Conhecida por seu perfil comprador, a Hypermarcas tem um desafio pela frente: convencer os acionistas da necessidade de priorizar investimentos em marketing a fim de manter o ritmo de 18% de crescimento orgânico, acima da meta de 15%.
"Uma empresa como a nossa não tem capex [taxa de investimento] alto, ela vive de marketing. Você só acelera crescimento em cima de despesas com marketing, esse é o nosso conceito", disse o diretor presidente da Hypermarcas, Cláudio Bergamo.
"Temos muitas marcas para relançar. Às vezes sou obrigado a investir numa marca para que ela gere crescimento. Esses investimentos são de altíssimo retorno, às vezes até mais que uma aquisição", admite Bergamo.
No segundo trimestre, a Hypermarcas entregou crescimento orgânico de 18 % nas vendas contra igual período de 2009, acima da meta anual de 15%.
Ainda assim, conforme Bergamo, o período de abril a junho foi o pior da história da Hypermarcas, quando estavam em andamento nove consolidações simultâneas de empresas que foram adquiridas.
"As taxas de crescimento orgânico podem desacelerar se forem interrompidas as despesas com marketing. O plano é não parar", afirmou o executivo.
Ele citou o exemplo da marca de esmaltes Risqué, cuja média trimestral de faturamento triplicou depois de investimentos em reformulação e propaganda.
Embora preocupado com a expansão orgânica, o presidente da Hypermarcas não deixa de ter olhos para novas compras. "Para aumentar produtividade, tem de fazer fusões", disse.
Nos últimos seis anos, a Hypermarcas tem adquirido, em média, cinco empresas a cada ano. Entre os possíveis alvos da Hypermarcas estaria a divisão de atomatados da Unilever no Brasil, colocada à venda em maio.
Veículo: DCI