Basf dá um salto na cadeia produtiva para crescer no País

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A Basf planeja avançar um elo da cadeia produtiva para crescer no Brasil. A gigante alemã, a maior empresa do setor químico do mundo, tem entre seus negócios a venda de produtos para outras indústrias que, por sua vez, os transformam em matéria-prima para fabricar os bens que chegarão ao consumidor.

 

"A ideia é dar um salto e passar para a última etapa do processo de produção, com os produtos de performance", afirma Alfred Hackenberger, presidente da Basf para a América do Sul, que assumiu o posto em maio, depois de já ter trabalhado na subsidiária brasileira (de 1987 a 1995) e também no braço chinês do grupo.

 

Hackenberger vislumbra no segmento de especialidades químicas a área mais promissora para ampliação dos negócios da Basf no País daqui por diante. A primeira experiência nesse sentido já começou: está em construção em Guaratinguetá (São Paulo) uma fábrica de metilato de sódio, a segunda unidade da Basf voltada para esse produto no mundo. O metilato é um catalisador para produção de biodiesel.

 

A opção da Basf pelo "salto" na cadeia produtiva foi feita a partir de uma necessidade do mercado, conta Alfred Hackenberger: "A demanda do consumidor final cresceu e se sofisticou. Com isso, a indústria de bens finais tem de ter produtos cada vez mais sofisticados com custos mais baixos. A Basf pode atender a essa necessidade, fornecendo especialidades usadas no processo imediatamente anterior à produção final. Já fazemos isso com sucesso em outros mercados do mundo, como a Europa".

 

Além do metilato de sódio, o grupo alemão vê oportunidades na produção de insumos para cosméticos, por exemplo, além de sulfactantes para detergentes e sabão em pó, polímeros para fazer adesivos e produtos para tratamento de água.

 

"Nesses segmentos, planejamos fornecer produtos que vão muito além de moléculas simples: são especialidades", afirma Hackenberger.

 

Outra vantagem dos produtos de performance, na avaliação do presidente da Basf para a América do Sul, "é a alavancagem que eles proporcionam para a nossa área de pesquisa e desenvolvimento". No segmento de pesquisa, a companhia investe no Brasil, por ano, em média, 70 milhões de euros (mais de R$ 150 milhões), de um total mundial de 1,4 bilhão de euros.

 

Prioridade na estratégia

 

Para Alfred Hackenberger, pesquisa e desenvolvimento é a maior prioridade da estratégia da Basf no Brasil. "Trata-se também de uma necessidade de negócios. Queremos ter destaque na área de produtos de performance e só conseguiremos essa meta investindo em pesquisa."

 

Além desses aportes, a companhia tem duas armas para continuar a crescer no Brasil: investimentos e aquisições. Os aportes anuais serão de 250 milhões de euros (cerca de R$ 560 milhões) até 2014 na América do Sul, dos quais pelo menos 70% serão feitos no Brasil. Em aquisições, o grupo também tem se mostrado agressivo - a Basf fechou em junho a compra da Cognis e no ano passado levou a Ciba, duas empresas que trabalham com especialidades químicas.

 

Além do avanço nos produtos de performance, o grupo alemão também prioriza os segmentos em que já tem posição de destaque no País: agroquímicos e tintas. "São dois segmentos que apresentam forte crescimento no Brasi, com perspectiva de continuar em ritmo forte nos próximos anos", afirma Hackenberger.

 

"O agronegócio brasileiro ocupa lugar de destaque no ranking global e tende a ficar ainda mais forte. Já é um dos dois maiores mercados para defensivos agrícolas do mundo. A construção civil também cresce a todo vapor e, como existe ainda muita demanda por imóveis, abre-se um cenário positivo para venda de tintas imobiliárias. E a produção de veículos mostra o potencial de crescimento também em tintas industriais."

 

A onda de sustentabilidade favorece os negócios da Basf no País. Segundo o presidente da companhia para a América do Sul, trata-se uma fonte inesgotável de negócios: "Os carros precisam ser cada vez mais leves, para gastar menos combustível e reduzir o impacto das emissões na atmosfera. Nossas peças de plástico de engenharia ajudam as montadoras a produzir veículos leves, da mesma forma que acontece com aviões".

 

Por isso, Alfred Hackenberger afirma que a Basf completará 100 anos de Brasil, em 2011, com planos de continuar crescendo. "A economia brasileira conquistou a estabilidade e assim é possível, agora, planejar investimentos aqui", recorda. "Por isso, o Brasil tornou-se prioritário para a Basf."

 


Veículo: DCI


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