Unigel se desfaz de fatia da Latapack

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A Unigel, companhia com foco em especialidades químicas, está se desfazendo de suas participações minoritárias em empresas de embalagens para se dedicar ao seu principal negócio: estireno (matéria-prima para a produção de resinas) e acrílico. O Valor apurou que a empresa vendeu a fatia de 18% que tinha na Latapack, produtora de latas de alumínio para indústrias de bebidas, por cerca de R$ 150 milhões.

 

A empresa também deverá vender sua participação, de cerca de 25%, na Engepack, produtora de embalagens PET, como parte de sua estratégia para focar em produtos químicos.

 

Marc Slezynger, vice-presidente executivo da companhia, afirmou que os recursos obtidos com a venda da participação na Latapack deverão reforçar o caixa da Unigel para que a empresa possa se dedicar à expansão dos seus negócios químicos. "Temos como foco ter participação majoritária nas empresas nas quais atuamos", disse o executivo. Slezynger não comenta se está negociando a venda da fatia da empresa na Engepack.

 

A Unigel tinha 36% de fatia na Latapack Brasil SA - empresa que tem 50% de participação na Latapack-Ball, joint venture entre a companhia brasileira, cujos sócios são a família Mariani, com atuação na área petroquímica e banco, e a americana Ball, uma das maiores fornecedoras mundiais de latas de alumínio para indústrias de cerveja. Procurada, a Latapack não retornou ao pedido de entrevista.

 

Tradicional grupo econômico, a família Mariani controla um dos mais antigos bancos privados do país - o BBM (ex-Banco da Bahia) - e também tem participação na Engepack, que é uma das fornecedoras de garrafas para a Coca-Cola.

 

Com faturamento estimado em R$ 2,8 bilhões para este ano (um crescimento de 40% sobre 2009, se confirmadas as estimativas), a Unigel recém-concluiu investimentos da ordem de R$ 1 bilhão para a ampliação de suas unidades produtoras de sulfato de amônio, matéria-prima para a produção de fertilizantes, e metacrilato (acrílico), ambas instaladas na Bahia.

 

Neste ano, com a conclusão desses investimentos, a Unigel começou a operar com capacidade de produção ampliada, o que dará maior escala e ganhos de sinergia, justificando a elevação de 40% da receita da companhia este ano, afirmou Slezynger.

 

Em setembro do ano passado, o grupo adquiriu a fábrica de poliestireno da Basf, o que colocou a companhia na liderança da produção dessa resina no Brasil ao lado da americana Dow. Também no início de 2009 a companhia reinaugurou a fábrica da antiga Estireno do Nordeste (EDN), instalada no polo petroquímico de Camaçari (BA), que pertencia à Dow, o que permitiu maior ganho de escala ao grupo.

 

No México, a empresa está instalada no polo industrial de Morelos, com produção local de acrilonitrila (insumo para a produção de acrílico). Criada em 1966 em São Paulo, o grupo possui um complexo industrial com 15 unidades no Brasil e no México, que produzem matérias-primas destinadas ao setor automobilístico, construção civil e agrícola, sobretudo. "Esses setores estão com demanda aquecida, o que tem contribuído para o bom desempenho da companhia", disse Slezynger.

 

A Unigel era considerada um dos poucos grupos nacionais com atuação no segmento petroquímico com presença em todos os elos da cadeia produtiva. Além de participações em empresas de embalagens, a companhia chegou a ser sócia minoritária da antiga Petroquímica União (PqU), central instalada em Mauá (SP), por meio da Companhia Brasileira de Estireno (CBE), incorporada pela Quattor (atualmente nas mãos das gigantes Braskem e Petrobras).

 

 
Veículo: Valor Econômico


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