Os preços do trigo no mercado de lotes se sustentam ao redor do mínimo de garantia fixado pelo governo para esta safra, de R$ 477/tonelada (tipo pão). No Paraná, que já oferta produto novo, o vendedor pede R$ 480/t, mesmo valor da semana passada. O comprador, contudo, oferece menos. Abastecidos com cereal importado, os moinhos seguem ausentes do mercado. Poucos garantem alguma movimentação - nesta semana foi reportada venda a R$ 530/t para produto colocado no moinho em São Paulo, o que equivale a R$ 450/t FOB norte do Paraná.
No Paraná há preocupação com o efeito da seca, que, segundo a Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar), já provocou quebra de 150 mil toneladas. Mas a possibilidade de o prejuízo ser maior não tem efeito sobre os preços até agora. O mesmo não ocorre no mercado internacional, onde a perda na Europa por causa do clima obrigou países a importar o grão dos EUA, o que sustenta as cotações. Nos três dias de setembro o contrato de trigo com vencimento em dezembro acumulava alta de 8% na Bolsa de Kansas. Em 12 meses, a valorização é de 34%.
No Brasil a entrada da safra nacional, estimada em mais de 5 milhões de t, sinaliza oferta e dificulta altas expressivas. O produtor paranaense, o primeiro a colher, recebia no início da semana R$ 24,49/saca de 60 kg, segundo o Departamento de Economia Rural. O valor supera os R$ 22,93/saca de agosto (média), mas é inferior aos R$ 24,93/saca registrados em setembro de 2009. Em tonelada, o triticultor recebe R$ 408.
Cenário
R$ 24,49
foi o preço da saca recebido pelo produtor paranaense na semana passada
5 milhões de t
é a estimativa da safra brasileira
150 mil t
foi a quebra da safra de trigo no Paraná por causa da seca
Veículo: O Estado de S.Paulo