Com uma rápida olhada no número de itens oferecidos pela Pado, maior fabricante de cadeados do país, é possível ver que muita coisa mudou no mercado em que ela atua. Produtos com diversas cores, estampas de personagens infantis e peças com o formato de camisas de 17 times de futebol são algumas das novidades introduzidas com maior intensidade nos últimos dois anos e que já respondem por 15% das receitas. O modelo tradicional, dourado, feito de latão, ainda é o campeão em vendas, mas a empresa ampliou os canais de distribuição, está atrás de mais licenciamentos para clientes que não definem a compra somente pelo preço e planeja crescer 10% em 2010, depois de ter enfrentado um 2009 difícil.
"Sem os produtos de licenciamento as vendas teriam caído no ano passado", diz o diretor comercial e de marketing, Alexandre Zanatta, que não descarta outras mudanças. "O que o mercado abrir de nicho, vamos atrás." Com sede em Cambé (PR), a Pado fatura cerca de R$ 150 milhões por ano e, além de cadeados, faz também fechaduras de alto padrão, uma das apostas do momento em função do crescimento da construção civil e de eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas.
Em cadeados, ela passou a oferecer modelo com tecnologia reconhecida pela TSA (Transportation Security Administration), que permite que autoridades da alfândega americana inspecionem a bagagem sem danificar o cadeado. E abriu novos canais de venda, como Le Postiche e Americanas.com. A empresa emprega 1,3 mil pessoas e, de acordo com o executivo, usa 80% da capacidade instalada.
A concorrente Papaiz vende uma linha batizada de "fun" (divertido, em inglês) , que responde por 10% das vendas e possui cores e formatos variados (como o de bola de futebol) e também decoração com flores e borboletas ou personagens infantis. "Só no Brasil há isso", diz Sandra Papaiz, membro do conselho da Papaiz. Segundo ela, o mercado de cadeados cresce quando há crescimento do PIB.
Veículo: Valor Econômico