O "grupo soja" no atacado, que inclui a soja em grão, o farelo e o óleo de soja, foi o grande destaque do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) do mês passado.
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a trajetória de alta nos preços de itens relacionados à soja representou 50% da aceleração da taxa do IGP-DI, que passou deflação de 0,38% em agosto para alta 0,36% em setembro.
Somente a soja em grão subiu 2,59% em setembro, após registrar queda de 12,39% em agosto. Entre os derivados de soja que também avançaram de preço de forma expressiva, ou então perderam força em seu processo deflacionário, estão farelo de soja (de -12,14% para 5,07%); e óleo de soja refinado ( de -11,44% para -2,04%).
Quadros explicou que esse comportamento decorre de características específicas do mercado de soja. "A soja atualmente está com estoques muito reduzidos, o que diminui a oferta. Ao mesmo tempo a demanda pelo produto segue pressionada", afirmou.
O cenário do chamado "grupo soja" levou ao término da deflação das matérias-primas brutas no atacado (de -4,84% para 0,51%), segmento que foi o principal responsável pelo fim da queda de preços no setor atacadista (de -0,80% para 0,44%), de agosto para setembro.
Outras commodities agrícolas, além da soja, também influenciaram o término de queda nos preços das matérias-primas brutas no atacado. o caso do fim de deflação no preço de café (de -1,57% para 4,16%). (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG