Feijão sobe e pode atingir preço histórico

Leia em 2min 50s

Em apenas dez dias, produto teve alta de 73% no campo; previsão é que saca supere recorde de R$ 300, de 2008

 

Vendido entre R$ 3 e R$ 5 em supermercados, o feijão poderá custar cerca de R$ 15 por quilo para os consumidores

 

Os apreciadores de feijão podem preparar o bolso para os próximos meses. O produto teve alta brusca de 73% em apenas dez dias no campo, e as próximas semanas serão de novos aumentos.

 

A saca de feijão de melhor qualidade chegou a R$ 200 ontem e pode superar o recorde histórico de R$ 300, do início de 2008, segundo avaliação de Marcelo Eduardo Lüders, presidente do conselho do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão).
"Estamos vendo apenas a ponta do iceberg", diz ele.

 

Comercializado atualmente entre R$ 3 e R$ 5 por quilo nos supermercados, o feijão poderá custar cerca de R$ 15 para os consumidores nos próximos meses, acrescenta.
A alta ao consumidor deve chegar rápida porque, ao perceber o aumento de preço no campo, o varejo antecipa o reajuste de preços até para o produto adquirido com valores menores, diz Lüders.

 

Essa alta brusca se deve a vários fatores, que vão desde a menor presença do governo nas compras do produto até os efeitos climáticos nas áreas de produção.
A oferta de produto não acompanhou a demanda e deverá haver deficit de 13 milhões a 14 milhões de sacas no mercado. Desse volume, entre 3 milhões e 4 milhões de sacas terão de ser importadas da China, dos Estados Unidos e do Canadá.

 

Parte do deficit vai ser compensada via preços. Ou seja, o produto vai subir até o valor que o consumidor estiver disposto a pagar.
O consumo mensal brasileiro é de 5 milhões de sacas, e o brasileiro é um tradicional consumidor de feijão carioquinha, não encontrado no mercado externo.

 

LEILÃO

 

O cerne da alta do feijão começou em novembro, quando o governo deixou de fazer AGF (Aquisição do Governo Federal) da produção da primeira safra, diz Lüders.
Devido aos preços baixos e ao estoque no mercado, o produtor reduziu a área de plantio na segunda safra. Na terceira safra -são feitas três ao ano-, o clima não foi favorável na Bahia e no Centro-Oeste. Agora, a quebra chega às lavouras de São Paulo.

 

Para elevar a oferta no mercado, a Conab fará um leilão hoje, mas "é um produto de baixa qualidade e tem mercado específico para cestas básicas", diz Vlamir Brandalizze, do Brandalizze Consulting.

 

O problema das importações, segundo Lüders, é que o país tem alíquota de 10% para o produto vindo de fora do Mercosul, tornando-o ainda mais caro. Além disso, a entrada do feijão vai enfrentar a "morosidade da liberação do produto nos portos".
Brandalizze diz que essa alta de preços ocorre em momento de reposição de estoques no varejo, mas a oferta será curta até dezembro.

 

Parte da área já semeada nas últimas três semanas foi afetada pela seca e deve ser replantada. Além disso, com a valorização do milho e da soja, muitos produtores vão repensar o plantio de feijão, um produto de "alto risco".

 

Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Carrefour reformula estratégia para Europa

O antigo slogan do Carrefour na França prometia "qualidade para todos". O varejista se orgulhava de suas bolachas...

Veja mais
Previsão de queda da safra mundial deve manter preços do trigo em alta

A safra mundial de trigo de 2010/11 deverá ser de 643 milhões de toneladas, conforme a mais recente estima...

Veja mais
Codesp vai limitar caminhões em Santos

Plano é criar uma cota para os terminais e controlar o acesso antes da Baixada Santista   A Codesp (Compan...

Veja mais
Hypermarcas formaliza compra da York por R$ 95 milhões

Companhia passará a ter pouco mais de 99% do capital da fabricante de itens de higiene pessoal   A Hyperma...

Veja mais
Sorvetes Rochinha têm planos de expansão para 2011

Empresa investe na construção de uma nova fábrica que triplicará capacidade produtiva de sor...

Veja mais
Marcas recuperam-se e Coca segue como a mais valiosa

Ao mesmo tempo em que a economia começa a se recuperar, as marcas voltam a dar sinais de vida. Mas uma sér...

Veja mais
Lançamento do Magnum Gold

João Campos ainda chama a conservadora de "cabinet". O vice-presidente de sorvetes da Unilever passou quatro anos...

Veja mais
A grande aposta da Havaianas

A grande aposta da Havaianas para 2011 nos Estados Unidos são as alpargatas, os sapatos feitos de tecido que, no ...

Veja mais
CEO da Tesco diz que o rival Carrefour errou ao entrar em muitos mercados

O CEO da varejista britânica Tesco, Terry Leahy, disse ontem que a política de expansão internaciona...

Veja mais