O CEO da varejista britânica Tesco, Terry Leahy, disse ontem que a política de expansão internacional do rival francesa Carrefour em muitos países é um "erro". "Nós resistimos à tentação de correr para todos os lugares", disse Leahy ontem em Londres, em uma conferência sobre mercados emergentes promovida pela revista "The Economist".
O Carrefour "cometeu um erro ao entrar em muitos mercados", disse. "Nos concentramos em uma dúzia. Isso nos permitiu injetar capital de forma intensiva e buscar a primeira ou a segunda posição, ganhando escala nesses países."
Atualmente, o Carrefour opera em 34 países, comparado aos 14 da Tesco. A rede de hipermercados francesa está procurando ofertas por suas operações em Cingapura, Malária e Tailândia, segundo informaram à Bloomberg em julho pessoas a par do assunto. A Tesco e o grupo francês Casino estão na lista de potenciais compradores, segundo disseram na semana passada fontes a par da situação.
Leahy, que será substituído por Philip Clarke em março, disse que o foco da Tesco no mercado doméstico e sua flexibilidade com formatos e serviços "se mostraram uma grande vantagem". A companhia disse ontem que leva cerca de dez anos para formar uma rede de lojas e outros dez anos para construir a marca. "Você precisa ser primeiro o melhor operador local e isso significa que você precisa conhecer os hábitos do consumidor?", disse Leahy.
Sob o comando do executivo-chefe Lars Olofsson, o Carrefour está mudando seu foco para mercados onde a companhia pode ter uma posição de liderança, como a China e o Brasil. O Carrefour foi o primeiro grupo varejista internacional a entrar na Ásia, em 1989. O grupo não retornou ontem os pedidos de entrevista da Bloomberg para comentar o assunto.
Philip Clarke, que assumirá o comando da Tesco em março, disse ontem que espera que a operação na China se torne rentável em sua gestão. A rede prevê investimentos de 2 bilhões de libras (US$ 3,1 bilhões) no país.
Veículo: Valor Econômico