Fábrica artesanal de queijos ganhou nome de esquadrilha da Primeira Guerra Mundial

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Em agosto de 1918, uma esquadrilha italiana comandada pelo poeta e aviador Gabrielle D'Anunzio sobrevoou o Império Austro-Húngaro com a missão de bombardear Viena. A Primeira Guerra Mundial já caminhava para o fim. D'Anunzio e os oito pilotos que o acompanhavam, em vez de bombas, despejaram sobre a capital austríaca milhares de panfletos clamando paz.

 

Antonino Mastellone, um jovem de 18 anos que aprendia técnicas para a elaboração de queijos num lugarejo perto de Nápoles, prometeu homenagear "La Sereníssima", como era batizada a esquadrilha. Em 1925, tomou um navio para a Argentina e começou a trabalhar em um frigorífico instalado na Província de Buenos Aires por um antigo vizinho italiano.

 

O conterrâneo sabia dos dotes gastronômicos de Antonino e lhe emprestou uma casa no município de General Rodríguez, a uma hora do centro portenho, onde ele poderia dedicar-se à produção artesanal de queijos com sua esposa. Surgia assim La Serenísima, sem o "s" original, reincorporado no mercado brasileiro.

 

Antonino comprou o primeiro caminhão em 1935 e pôde acompanhar o início da trajetória de crescimento da empresa, mas morreu em 1952. Como o mais velho de quatro irmãos homens, Don Pascual ficou à frente da Serenísima, como reza a tradição italiana. Os outros três irmãos - um já faleceu - também participaram da gestão, enquanto as duas irmãs mantêm-se relativamente afastadas do negócio, embora sejam sócias.

 

O grande salto da companhia, no entanto, foi na década de 1960. A produção aumentou por 12 em quatro anos. Foi resultado de um decreto em Buenos Aires que impediu a comercialização de leite bruto. Como a La Serenísima havia sido pioneira na Argentina e tinha a maior capacidade de pasteurização e resfriamento do leite, foi a que se beneficiou mais. Para atender o crescimento explosivo da demanda, teve que fornecer em embalagens de até 50 litros.

 

Hoje a empresa é um gigante cuja unidade central ocupa 14 hectares em General Rodríguez, além de ter outras seis plantas de processamento. São 3.850 empregados e cerca de 25 mil trabalhadores indiretos. O principal ativo, porém, ainda é considerado sua marca. A abertura do capital, segundo o diretor Ernesto Arenaza, um dos funcionários de maior confiança de Don Pascual, é um processo inevitável - mas ainda sem data. (DR)

 

Veículo: Valor Econômico


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