Redes buscam segmentar operação no varejo

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A abertura de lojas segmentadas tem ganhado espaço no varejo, com roupas e acessórios específicos para meninos, meninas, o público GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), terceira idade ou "moda maior", para quem está acima do peso. Sem contas específicas para o segmento de roupas à terceira idade e ao público GLS, estima-se que eles movimentem algo próximo a R$ 6,5 bilhões, conforme estima a Câmara de Comércio GLS . Hoje, estima-se que só a área infantil têxtil movimente cerca de R$ 4,5 bilhões, de acordo com a Associação Nacional da Indústria têxtil (Abit).

 

Para abocanhar maior fatia do mercado com linhas especificas para o grupo lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT), a COX, que garante ser a primeira loja brasileira física do segmento, pretende abrir lojas fora do Rio de Janeiro. "A aceitação da loja carioca foi tão grande e trata-se de um público tão carente que as vendas superam as expectativas mês a mês", disse Yuri Simões diretor executivo da COX. Para ele, a tendência agora são as opções de franquia. "Já estamos com estudos avançados para entrarmos no ramo." Para 2011, outra novidade pode ser o comércio eletrônico (e-commerce). "A internet é um lugar onde precisamos estar, e já estamos viabilizando projetos para atender essa demanda no próximo ano." Simões afirmou ainda que boa parte das vendas, ainda está relacionadas aos turistas do rio de janeiro. "Em época de temporada [de novembro a março], posso dizer que 60% dos nossos clientes são turistas", afirmou.

 

Esse investimento em turistas já é um campo reconhecido pela a Associação Brasileira do Turismo GLS (Abrat-GLS). De acordo com o presidente da entidade, Almir Nascimento, os empresários começaram a abrir os olhos para o segmento. "É evidente o crescimento do mercado e do turismo LGBT no Brasil e há um amplo terreno a ser explorado por empresas que queiram e saibam trabalhar com o segmento", disse.

 

Apesar do crescimento, no entanto, alguns especialistas afirmam que ainda há algum preconceito com o chamado Pink Money. "Ainda há algum medo em associar marcar ou criar novas opções de comparas para o mercado GLS, mas não acho que isso dure mais do que dois ou três anos. O Brasil já é referencia mundial no turismo para os gays e isso significa muito dinheiro envolvido. É natural que as empresas comecem a perceber a necessidade de produtos específicos e adequados para essa vertente crescente da sociedade", crê Samir.

 

Terceira Idade

 

Apostando nas peculiaridades e necessidades especificas do público da terceira idade, a Sharisma, uma fabricante de roupas para essa faixa etária que só atendia o varejo através de sua loja virtual, anunciou a abertura da primeira loja física para atender diretamente ao consumidor. "Para nossa instalação, teremos rampas de acesso, provadores mais espaçosos e uma infraestrutura desenvolvida para as necessidades dos nossos clientes especiais", diz Vanda Calgaro, diretora da Sharisma.

 

Para nova loja, o objetivo é aumentar a linha de roupas e começar com um novo modelo, que facilita a locomoção e necessidades do idoso. "A ideia é aumentar a autonomia e conforto do idoso", disse Calgaro.

 

Gilberto Cavicchioli, professor do Núcleo de Gestão de Pessoas da ESPM, também acredita no sucesso dessa investimento na terceira idade.

 

"Muitos dados vêm mostrando que o idoso de todas as classes está com um maior poder de compra, isso tem de ser explorado ainda".

 

Público infantil

 

As redes de lojas especializadas em público infantil, Casa Cor de Rosa e Casa Azul atende meninos e meninas separadamente. A empresa teve sua primeira unidade inaugurada há três meses, e acaba de abrir mais duas unidades, em Moema, zona sul de São Paulo. O crescimento rápido, de acordo com Maria Rita Curiati, CEO da empresa, deve-se à demanda crescente deste público. "Apostamos numa linha em que havia demanda e deu certo", disse.

 

A expectativa de Rita é que em um ano, a rede de lojas já somem dez unidades inauguradas. "Não temos concorrência direta ainda no Brasil, até por que, não há como competir com as grandes redes varejistas. Nossa aposta foi justamente em atender bem e de maneira especifica um nicho menor do mercado e o sucesso é avassalador", continuou.

 

A primeira unidade da Casa Cor de Rosa foi inaugurada no final de junho, no Jardim Europa, também na capital, e de acordo com CEO foi instantaneamente bem recebida. "A princípio, tínhamos só a Casa Cor de Rosa, que atenderia apenas as meninas, mas tivemos que, antes mesmo da inauguração da Casa Azul, em Moema, ampliar o espaço e fazer um cantinho de Casa Azul dentro da Casa Cor de Rosa, tamanho o sucesso", comentou.

 

Para os próximos meses, a tendência é seguir com franquias. "Recebo pedidos diários de franquias, não entramos no ramo ainda em função da nova loja, mas em quatro ou cinco meses teremos implantado esse sistema", anunciou. Hoje, cerca de 80% de todos os produtos das Casas Cor de Rosa e Azul, entre eles acessórios, roupas, brinquedos e livros infantis, são importados. "Ainda trabalhamos com muita coisa importada, mas hoje já temos uma linha exclusiva de vestidos e a tendência é continuar investindo em marcas próprias", declarou.

 

"Hoje, de acordo com dados da Abit são produzidos anualmente cerca de 1 bilhão de peças de vestuário infantil. O número representa 20% de todo o setor têxtil. Dados da associação apontam ainda que cerca de 80% das 38 milhões de crianças brasileiras palpitam sobre o que querem vestir", afirmou Sandro Samir, consultor varejista e pesquisador da Universidade Anhanguera.

 

Para o pesquisador a tendência é tão forte que até marcas de grifes já começaram a produzir suas linhas infantis para vender em lojas especializadas. "Marcas como Farm, Reserva, Via Mia e Trousseau já investiram em linhas para atender sua demanda por roupas, sapatos, acessórios e artigos de decoração infantis".

 

A abertura de lojas segmentadas tem ganhado espaço no varejo com roupas e acessórios específicos para o público GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), de terceira idade e infantil.

 

Veículo: DCI


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