Feijão já custa 15% mais no Grande ABC

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Durou pouco a temporada do feijão com preço baixo. Menos de um mês após voltar à casa dos R$ 2, o grão já teve alta de 15% no Grande ABC nesta semana. Conforme o Diário antecipou, a estiagem tem prejudicado produtores que apostam, inclusive, que o item possa custar até duas casas decimais nos próximos dias.

 

Pesquisa semanal da cesta básica feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) aponta que o grão já sai, em média, R$ 2,90 o quilo. No entanto, donas de casa da região afirmam que a leguminosa já pode ser encontrada por até R$ 7, de acordo com o tipo de feijão escolhido.

 

O engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pelo estudo da cesta básica, Fábio Vezza Benededetto, atesta que mesmo o feijão preto - item que custa até 20% menos do que o convencional - registrou alta nesta semana. "Ele ainda é a melhor opção, mas por conta dessa especulação da alta do grão convencional, também teve variação positiva no preço. Achamos que isso ainda é uma história mal explicada. Apesar da estiagem, quem planta feijão no inverno utiliza irrigação. Além disso, se a expectativa for da quebra nesta safra que ainda está sendo plantada, qual o motivo para subirem os preços agora?", questiona o engenheiro.

 

Para o diretor da Bolsa de Cereais Paulista e especialista em feijão, Rui Russomano, apesar da expectativa de produtores, o item não deve ultrapassar os R$ 5, já cobrados pelo grão em maio deste ano. Segundo ele, nova safra do produto chega aos supermercados no início do mês, pondo fim à discussão.

 

"Apesar de ter chovido muito quando produtores estavam colhendo e não ter caído uma única gota enquanto plantavam, tivemos uma produção semelhante com a do ano passado. Não há motivos para pessimismo", defende.

 

AUMENTO GERAL

 

Embalado pelo aumento do feijão, o consumidor gasta esta semana mais R$ 15 para encher o carrinho do supermercado, variação de 5% em relação à semana anterior. O custo médio da cesta no período foi de R$ 352,29, contra os R$ 335,51 cobrados anteriormente.

 

Além do grão, outros produtos registraram aumento por conta do tempo seco, principalmente os de hortifrutri. Tomate, banana, café e pão - por conta do trigo - foram os itens que registraram maior oscilação.

 

Segundo Benedetto, pão, banana e café tiveram nesta semana o maior aumento do ano, com variação de até 33% (veja tabela ao lado). "A cesta básica subiu de maneira geral nesta semana. Além da banana, café e pão, o reajuste de outros itens é mais casualidade. No entanto, este não foi o pior momento da cesta ao longo do ano", salienta.

 

Apesar de o trigo estar mais caro, padarias ainda não reviram valores do preço do pãozinho, mas há possibilidade de o item também ter o preço corrigido nos comércios nos próximos dias. "O consumidor tem de ficar de olho e, se puder substituir produto, tem de fazê-lo para obrigar o recuo dos preços", aconselha Benedetto.

 


Veículo: Diário do Grande ABC


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