Los Grobo investe em moinho de trigo

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O grupo argentino Los Grobo, que fatura US$ 700 milhões por ano e produziu 2,5 milhões de toneladas de grãos na safra 2009/10, reforçou sua aposta na industrialização de alimentos. A empresa anunciou dois novos investimentos na Argentina: a aquisição de um moinho de trigo e a construção de uma fábrica de massas. O desembolso total será de US$ 9 milhões.

 

A expansão industrial do grupo está orientada, em grande parte, a atender a demanda do mercado brasileiro, afirmou ao Valor o controlador e presidente do grupo, Gustavo Grobocopatel. A fábrica de massas secas, cuja inauguração está prevista para março de 2011, deverá produzir 1.600 toneladas por mês e destinar a maior fatia da produção ao Brasil. O plano da Los Grobo, porém, não é ter marca própria. "Vamos atender a redes de supermercados", antecipou Grobocopatel. África, América Central e Bolívia também deverão ser destinos das vendas.

 

A um custo aproximado de US$ 5 milhões, a unidade industrial será erguida no município de Chivilcoy (Província de Buenos Aires), em um terreno que já pertencia à empresa. A estratégia é fortalecer a integração vertical da Los Grobo, que já atua com força no cultivo de trigo - além de soja, milho e girassol - e na elaboração de farinha.

 

O grupo também anunciou a aquisição de seu terceiro moinho na Argentina. Com capacidade de moagem para 130 toneladas diárias, essa unidade fica na Província de Entre Ríos e pertencia à empresa El Tala, que havia entrado em concordata em 2007. A Los Grobo já o arrendava. Para assumi-la, pagou US$ 2,5 milhões. "A produção será destinada 50% à exportação e 50% ao mercado interno", comentou Grobocopatel.

 

Com a compra, o grupo chega à marca de 1.000 toneladas por dia, em capacidade de moagem: 800 toneladas na Argentina e outras 200 no Brasil. A ideia é mais do que duplicar, para 280 toneladas/dia, a capacidade do moinho de Entre Ríos. Para isso, haverá investimento adicional estimado em US$ 1,5 milhão.

 

Com foco no Brasil e um sistema inovador de produção, o grupo argentino tem como meta elevar seu faturamento para US$ 1,3 bilhão e produzir 4,5 milhões de toneladas de grãos na safra 2012/13. A área planta deverá aumentar dos atuais 265 mil para 450 mil hectares, nos quatro países do Mercosul. O Brasil terá a maior expansão - Grobocopatel prevê que passará, nesse mesmo período, de 800 mil a 1,4 milhão de toneladas.

 

A Vinci Partners, de ex-sócios do Banco Pactual, detém 21,56% de participação na holding Los Grobo e 66% em sua subsidiária brasileira. Em 2008, o grupo entrou no país com a compra da Ceagro e da Selecta Sementes.

 

A Los Grobo atua na produção, estocagem, processamento, comercialização e distribuição de alimentos. Mas é uma gestora de contratos, sem um único trator ou colheitadeira, dedicando-se a fornecer insumos e serviços a cerca de 5 mil produtores rurais. Tanto que Grobocopatel, em vez de "rei da soja", prefere ser visto como uma espécie de Steve Jobs ou Bill Gates do campo - uma referência que ele mesmo chegou a usar, certa vez, para descrever sua forma de administrar e capacidade de aportar tecnologia à agricultura.

 

Veículo: Valor Econômico


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