Máquinas de café ficam até 20% mais baratas

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Nada como a concorrência. No mesmo dia em que a multinacional americana Sara Lee apresentou ao público sua primeira máquina de café no Brasil, a Nestlé, dona da Nespresso e da Nescafé Dolce Gusto, divulgou uma redução de 16,6% no preço de seu modelo mais barato. A empresa também anunciou preços promocionais para as cápsulas de café e a criação de um programa de fidelidade para os consumidores. Outras marcas de cafeteiras expresso como DeLonghi e Illy também baixaram seus preços em até 20% no último ano.

 

"Temos 40% do mercado de máquinas de café e fomos nós que demos início a esse segmento. Qualquer negócio que alcance sucesso está sujeito à concorrência", disse ontem Ivan Zurita, presidente da Nestlé Brasil no evento em que a companhia apresentou o novo preço da Dolce Gusto - que caiu de R$ 599 para R$ 499 - e anunciou o novo modelo Circolo, que será vendida a R$ 649. As máquinas da Nestlé são fabricadas na China e têm assistência técnica no Brasil fornecida pela Arno.

 

Além da redução de preço dos modelos da Nestlé, outras marcas têm diminuido o valor de suas máquinas, acompanhando o ganho de escala e a concorrência crescente no segmento.

 

A italiana DeLonghi teve queda de 20% no último ano no preço de seus modelos manuais, segundo Neusa Pontes, diretora comercial. As máquinas da marca não usam cápsulas, mas sim grãos de café, moídos ou não. O modelo mais em conta da empresa custa R$ 499 e pode ser encontrado em promoções por R$ 399. A também italiana Illy teve redução nos preços de 15% em média e seu modelo mais simples custa R$ 1,4 mil.

 

O lançamento ontem da máquina de café Senseo, da Sara Lee em parceria com a Philips, que custará R$ 299, provocou comentários dos executivos da Nestlé. "Quando se diz 'temos a máquina mais barata do mercado' é preciso ter cuidado. O consumidor não acredita que o produto vai entregar tudo o que promete. Preço tem limite. Se um produto chega a um certo nível de preço, ele perde credibilidade", disse Lilian Miranda, diretora de negócios de café da Nestlé.

 

Dentre todos os concorrentes da Nestlé no ramo de máquinas de café, a Sara Lee é a que mais dá trabalho à empresa suíça. A dona das marcas Café do Ponto e Pilão lançou, em abril na Europa e nos Estados Unidos, cápsulas para o preparo de expresso que podem ser usadas também nas máquinas Nespresso e Dolce Gusto.

 

Já prevendo que as "cápsulas genéricas" poderão ser lançadas no Brasil também (segundo executivos da Sara Lee, ainda não há data definida), a Nestlé criou um plano de fidelidade para os consumidores de Dolce Gusto. A cada compra de máquinas ou de cápsulas, o consumidor que se cadastrar no site da Nestlé terá um código que vale pontos. Os pontos serão trocados por produtos como xícaras, açucareiros e colheres. As vendas dos produtos Dolce Gusto e Nespresso (sem inclusão das máquinas) deverão somar R$ 100 milhões este ano, segundo Zurita.

 

A companhia também está iniciando uma promoção de preço para as cápsulas. A caixa com 16 unidades, que custa hoje R$ 29,90, será vendida em oferta por R$ 19,90. "Na rua , paga-se de R$ 3 a a R$ 5 por um expresso. O consumidor Dolce Gusto poderá ter seu expresso em casa por R$ 1,50, em média", disse Zurita. A empresa lançou ontem cápsulas de chá gelado e de "cappuccino ice" para o preparo de bebidas frias nos aparelhos Dolce Gusto. "Nossas máquinas são as únicas que também preparam bebidas frias e isso é um grande apelo para o verão", disse Lilian.

 

Veículo: Valor Econômico


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