As indústrias de alimentos do interior do Estado já estão se preparando para atender ao aumento da demanda do final do ano, na comparação com os últimos meses de 2009. Conforme representantes das empresas, dentre as estratégias previstas estão os ganhos de escala, a diversificação do mix de produtos e a contratação de trabalhadores temporários. A expectativa é de aquecimento das vendas nos últimos três meses deste ano, em função da melhoria da renda do trabalhador e da confiança na manutenção do emprego.
Para atender as encomendas do final do ano, a Jac Indústria e Comércio de Alimentos Ltda (Jeito Caseiro), especializada na fabricação de biscoitos e produtos de panificação, com unidade em Lavras, na região Sul do Estado, deverá operar com 5% de ociosidade.
Atualmente, a linha de produção de panificação congelada opera com 70% da capacidade instalada e a de biscoitos com 80%. "Como o mercado segue aquecido e precisamos atender a alta do consumo interno, passaremos a produzir um maior volume", afirmou o sócio-proprietário, Antônio Alberto Júnior.
Além disso, segundo ele, a planta também passará a produzir panetones e chocotones, itens específicos do período natalino. O empresário ressaltou que a fabricação acontecerá em turno diferenciado para não prejudicar a produção de pães e biscoitos. O número de funcionários também deverá ter incremento de 15%. Hoje a empresa reúne 75 colaboradores.
Expansão - No exercício anterior, a empresa registrou expansão de 38% do faturamento sobre 2008. Neste ano, a estimativa é de que a receita tenha alta de 120% na comparação com 2009. "O bom momento pelo qual passa a economia brasileira contribuiu para os negócios que seguem em franco crescimento. Praticamente dobramos de tamanho em 2010", avaliou.
De acordo com Alberto Júnior, este ano foi investido R$ 1 milhão em maquinário, reformas e na construção de um centro de distribuição no Rio de Janeiro. Segundo ele, a escolha do estado fluminense se deve ao aumento da carteira de clientes, que demandou maior proximidade.
A Massas Periquito S/A, com unidade em Governador Valadares, na região do Rio Doce, também já se prepara para o aumento da demanda proveniente do final do ano. Conforme o diretor Comercial, Carlos Vaz, o número de funcionários temporários deverá ser 15% maior que no ano passado e campanhas promocionais serão realizadas.
Ele destacou que o mix de produtos da empresa é formado por massas para lasanha, macarrão instantâneo, biscoitos, mistura para bolo, temperos e queijo ralado. "Como este ano os níveis de emprego aumentaram, hoje o trabalhador tem maior acesso a produtos antes considerados supérfluos, o que é fundamental para o aumento das vendas. Além disso, teremos um maior número de cestas básicas para compor, o que irá refletir positivamente nos negócios", explicou.
No caso da Arcanjo Rafael Indústria e Comércio de Alimentos de Juiz de Fora Ltda, especializada na produção de massas para lasanha, pastel e pizza, a unidade já opera a carga plena para atender o aumento do consumo interno. De acordo com o diretor, Antônio Garcia, é preciso está preparado para o aquecimento do mercado, para que todas as encomendas sejam entregues.
Segundo ele, 2010 foi um ano promissor e a expectativa é de aumento das vendas, sobretudo pelo pagamento do 13º salário dos funcionários. "Neste ano, o faturamento da empresa deverá crescer 30% em relação ao exercício anterior. Em 2011, deveremos passar por um processo de expansão da fábrica", avaliou.
Farinha - Já a Scala Produtos Alimentícios Ltda (Reimassas), com fábrica em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, está estocando farinha de trigo para não ter problemas com a produção. Atualmente, o mix da empresa é composto por massas para lasanha e macarrão, biscoitos e mistura para bolo.
Conforme o gerente Comercial, Silvano Floriano Silva, a decisão da Rússia de suspender as exportações de grãos, principalmente trigo, devido à quebra de safra já eleva a cotação dos grãos produzidos no Brasil.
"Com a redução drástica da produção russa, principalmente de trigo, a demanda mundial pelo cereal, foi alavancada e já há dificuldades em comprar a matéria-prima fundamental para a produção", afirmou.
Ele ressaltou que a empresa também já investe no incremento do mix para atrair novos clientes. De acordo com o Silva, será criada uma linha de achocolatado e sequilhos, o que tende a contribuir para a receita da empresa.
Veículo: Diário do Comércio - MG