No Natal deste ano os supermercados mineiros devem continuar repletos de produtos importados. Mesmo com um dólar mais valorizado, representantes do setor afirmam que não há previsão de elevação dos preços das mercadorias estrangeiras. No entanto, se a moeda americana chegar a R$ 2,70 podem ser necessários reajustes, para que o setor não fique descapitalizado para as próximas compras.
De acordo com o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, se a cotação do dólar se mantiver nos patamares atuais, os produtos importados devem ser vendidos no Natal com os mesmos preços praticados atualmente. Isso só será possível porque os estoques para as festas de final de ano foram abastecidos quando a moeda norte-americana era vendida a R$ 1,70.
No entanto, Rodrigues ressaltou que se a cotação chegar a R$ 2,70 os preços serão elevados para viabilizar as próximas compras. "Se não fizermos isso, não será possível comprar a mesma quantidade de mercadorias com o mesmo volume de capital", ressaltou. Ele afirmou que estas medidas serão tomadas a partir do acompanhamento dos rumos da crise financeira mundial.
Na avaliação dele, ainda é cedo para definir qual será o futuro do setor, porém, se o cenário se mantiver como está hoje, há a possibilidade de os supemercadistas diminuírem a participação dos produtos importados no mix a partir do início de 2009. Se isso acontecer, pode ser benéfico para os fornecedores do mercado interno, pois a concorrência no Brasil será reduzida.
Perfil - Atualmente as principais mercadorias estrangeiras presentes nas prateleiras são bebidas, azeites, bacalhau e eletroeletrônicos. "As festas de 2008 ainda devem contar com forte participação dos importados. Todavia, não acredito que as pessoas possam alterar o perfil de consumo de produtos importados no Natal em função de uma possível escassez", disse.
Mesmo com um cenário de incertezas, o setor espera que as vendas deste ano e especialmente do Natal de 2008 frente ao mesmo intervalo anterior apresentem aquecimento. Rodrigues ressaltou que a crise que assola o mercado financeiro de todo o mundo tem impactos diferenciados em diversas regiões do mundo e cada setor da economia terá impactos específicos.
Segundo o diretor de Marketing do Super Nosso, Antônio Celso de Azeredo, por enquanto não foi definida nenhuma estratégia para lidar com a crise. No entanto, ele reiterou a afirmação de Rodrigues e disse que, se o dólar continuar a subir, o supermercado terá que repassar o custo para os preços dos produtos. "Vamos ter que acompanhar a evolução do mercado para apresentar um posicionamento", afirmou.
No entanto, ele disse que como as unidades da marca têm como principal público a classe A, a participação de mercadorias importadas sempre é expressiva, independente do momento econômico vivido. Os produtos são encontrados nas seções de bebidas, mercearia e carnes, entre outras. A expectativa é que até o final da próxima semana já haja uma definição do planejamento para as compras do próximo ano. (CC)
Veículo: Diário do Comércio - MG