Brasil é referência mundial para alemã Voith em papel tissue

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brasileiraÉ na operação brasileira da Voith Paper, uma das principais fornecedoras globais de máquinas e equipamentos para papel e celulose, que são desenvolvidas todas as tecnologias para a fabricação de papel tissue (absorvente) fornecidas mundialmente pela companhia alemã. Com operação em pleno vapor, uma vez que o segmento de tissue é o que mais tem crescido no mercado de papel, a Voith Brasil está investindo R$ 19 milhões na reforma completa de uma máquina-piloto, que já está instalada na unidade de São Paulo, que permitirá ampliar a velocidade de produção de tissue em até 45%. Outros R$ 14 milhões serão investidos no desenvolvimento de uma nova desaguadora de celulose, que pode gerar redução de até 20% no consumo de energia.

 

"O futuro do mercado de máquinas está no desenvolvimento de novas tecnologias e, hoje, o Brasil é referência mundial para tissue", afirma o vice-presidente da Voith América do Sul, Nestor de Castro Neto. No país, a empresa conta com mais de 25 funcionários na área de pesquisa e desenvolvimento, que se transformou em uma espécie de exportadora de profissionais para outras operações do grupo alemão ao redor do mundo. "Já expatriamos seis brasileiros para os Estados Unidos e China, para acompanhar esse mercado", conta o executivo.

 

Com faturamento estimado em € 200 milhões para 2010, boa parte da carteira de pedidos da operação brasileira da Voith Paper foi originada por clientes da China. O país asiático, que tem batido recordes sucessivos em termos de capacidade produtiva e velocidade das máquinas de papel que coloca em operação, poderá aumentar a fatia nos negócios da empresa - até 2015, estima-se que a capacidade instalada de tissue em território chinês seja incrementada em 4,5 milhões de toneladas anuais e a taxa média de crescimento anual, superior a 9%.

 

Conforme Castro Neto, a Voith Paper se prepara para disputar o projeto de construção de mais 20 máquinas de papel na China, cujos pedidos devem chegar ao mercado nos próximos seis meses. Juntas, essas máquinas, que devem utilizar celulose branqueada de eucalipto como matéria-prima, terão capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas anuais de tissue. A operação brasileira da Voith está trabalhando, neste momento, para entregar 5 máquinas para produção de tissue também para outros clientes chineses.

 

Para a Asia Pulp & Paper (APP), a Voith vai entregar a máquina mais rápida do mundo para a produção de tissue, com velocidade de 2,4 mil metros por minuto. Para a Hengan, maior produtora chinesa desse tipo de papel, entregará duas máquinas de dupla largura, assim como para a YinGe. "O Brasil ficou 20 anos sem implantar uma máquina de dupla largura e as fabricantes chinesas encomendam duas de uma vez", compara o executivo, acrescentando que a antiga Melhoramentos, hoje CMPC, está investindo, neste momento, em uma máquina desse porte no país.

 

A vocação da operação brasileira foi delineada pela parceria que a Voith mantinha com a Andritz para operação no segmento nacional de tissue, que foi encerrada em 2007. Até aquele ano, conta Castro Neto, o acordo mantido entre as duas empresas impedia a exportação de tecnologia. Com o fim da parceria, a Voith voltou o foco para esse negócio e passou a comercializar internacionalmente a tecnologia desenvolvida no Brasil.

 

"Também temos no forno uma tecnologia que permite a redução do consumo de fibra, mas ainda estamos em fase de desenvolvimento", conta Castro Neto. No ano fiscal encerrado em setembro de 2009, o grupo Voith faturou mundialmente € 5,1 bilhões.

 

Veículo: Valor Econômico


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