O aumento do parcelamento e a confiança dos consumidores devem levar o varejo a ampliar suas vendas entre 10% e 11% este ano, na comparação com 2009. Para alegria dos varejistas, o cenário é ainda melhor do que o visto no começo do ano, de acordo com o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior.
A expectativa cresceu perante a última estimativa, quando a previsão era de uma expansão de até 10% ante 2009, que já registrou um acréscimo no comércio na casa dos 6% ante 2008. "No fim do ano, teremos volume de compradores a prazo bem maior que em 2009. E isso nos projeta um Natal bastante positivo", comparou Pellizzaro Júnior.
De acordo com o presidente da CNDL, os números apresentados em setembro já foram "bastante animadores" e devem ser atribuídos ao desempenho positivo do tripé que, segundo ele, sustenta o aquecimento do varejo: emprego, aumento de renda e crédito. "Não há falta nenhuma de crédito no varejo", resumiu. A queda de 4,65% nas consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) de agosto para setembro, na opinião de Pellizzaro Júnior, era esperada.
"A queda é natural, pois não temos nenhuma data festiva em setembro. Normalmente, as vendas em setembro são mais frias do que as de agosto, sem dúvida nenhuma", observou. Na comparação com setembro de 2009, houve um crescimento do volume de consultas da ordem de 8,23%.
Para o Dia da Criança, a CNDL prevê crescimento de 8,5% nas vendas do comércio neste ano em relação a 2009. O número leva em conta os sete dias úteis que antecedem a comemoração. "Sem dúvida, será o melhor dos últimos cinco anos", disse o presidente da CNDL.
Compra em alta
O bom desempenho do varejo e otimismo do mercado impulsionaram a classe C a novos planos, entre os quais a aquisição de novas casas. De acordo com números do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), 19% dessa classe já têm planos de comprar uma casa.
Aproveitando esta onda, a rede varejista de material de construção Dicico prevê aumento das vendas. "Com a forte alta dos preços dos imóveis novos, a aquisição de imóveis usados voltou a ser atraente", explica Dimitrios Markakis, controlador da Construdecor, holding à qual pertence a Dicico. Com essa alta das vendas, a Dicico pretende faturar cerca de R$ 880 milhões até dezembro.
Afora a casa, o plano de comprar um carro faz parte do objetivo de cerca de 30% da classe C brasileira, ainda de acordo com os números do Ibope. Esse percentual, que representa cerca de 9,5 milhões de pessoas, otimiza a expectativa das concessionárias. "Esperamos um fim de ano bom, com a volta da confiança do crédito, da estabilidade financeira e do otimismo do consumidor, principalmente da classe C, que voltou a apostar no mercado e já faz planos de comprar seu próprio automóvel", diz o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze.
Outro fator que impulsiona a classe C a comprar, de acordo com o executivo, é a liberação do crédito para motos. "Os bancos estão confiando crédito e eles [a classe C] estão comprando mais".
Veículo: DCI